saúde e bem-estar

Dra. Fernanda Cassain fala sobre mitos, desafios e avanços nos tratamentos capilares

Por Redação - Em 02/09/2025 às 4:25 PM

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Após 20 anos no eixo acadêmico mais competitivo do Brasil, Dra. Fernanda Cassain volta a atender em Fortaleza – Fotos: Beatriz Bley /Portal IN

A queda de cabelo é um tema que desperta atenção não apenas pela estética, mas pelo impacto na autoestima e pelos sinais que pode revelar sobre a saúde do organismo. Para entender melhor esse universo, o Portal IN conversou com a médica cearense pós-graduada em dermatologia Dra. Fernanda Cassain, que compartilhou sua trajetória, os principais desafios da prática clínica e as perspectivas para o futuro dos tratamentos.

Após 20 anos no eixo acadêmico mais competitivo do Brasil, Fernanda Cassain volta a atender em Fortaleza e chama a atenção para um tema que vai muito além da estética: a queda capilar. 

A médica conta que o seu interesse pela área nasceu da escuta atenta aos pacientes. “Percebi que muitos pacientes chegavam ao consultório frustrados e sem resultados consistentes e, muitas vezes, com grande desgaste emocional e financeiro. Isso me despertou a necessidade de me aprofundar nesse campo, buscando referências não apenas no Brasil, mas também fora”, diz.

Trajetória construída com foco

Formada pela Unicamp, uma das universidades mais prestigiadas da América Latina, ela lembra que a caminhada foi exigente desde os primeiros passos. “Estudar na Unicamp foi um desafio enorme, em um ambiente altamente competitivo, onde ser bom é o mínimo exigido. Ainda no primeiro ano, procurei o Ambulatório de Dermatologia e ajudei a fundar a Liga Acadêmica. Minha graduação inteira foi pensada e vivida com os olhos voltados para a dermatologia.”

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Segundo a médica,  prevenir a queda capilar é cuidar da saúde integral, pois os cabelos podem sinalizar desequilíbrios precoces do organismo

Segundo a especialista, grande parte de seus pacientes já passaram por outros profissionais antes de chegar ao consultório, carregando frustrações e prejuízos. Além disso, na sua avaliação há a busca precoce por transplantes capilares, que muitas vezes não são a primeira opção. “O transplante deveria ser a última etapa de um tratamento bem estruturado, e não a primeira alternativa”, pondera.

Cabelo como termômetro da saúde

Doutora Fernanda Cassain destaca três fatores principais que influenciam a saúde dos fios: alimentação, genética e estresse. “Dietas muito restritivas ou vegetarianismo podem comprometer nutrientes fundamentais. O corpo é sábio: prioriza órgãos vitais e o cabelo fica com o que sobra”, explica.

Ela lembra ainda que condições genéticas, como a alopecia androgenética, e situações de grande sobrecarga emocional, como no eflúvio telógeno, também são determinantes. Em muitos casos, a queda capilar pode ser o primeiro alerta de doenças como distúrbios da tireoide ou psoríase.

Tratamentos e tecnologias

De acordo com a médica, não há um tratamento único: cada diagnóstico exige uma conduta adequada. Do eflúvio telógeno ao afinamento progressivo, passando por alopecias inflamatórias, a chave está no diagnóstico correto e precoce.

Procedimentos como o microagulhamento e o transplante capilar têm seu espaço, mas com indicações específicas. Já o PRP (plasma rico em plaquetas) não pode ser comercializado no Brasil, estando restrito a pesquisas científicas. “Mais do que buscar ‘o melhor tratamento’, é fundamental procurar um médico ético e bem preparado, capaz de oferecer uma conduta baseada em ciência e não em promessas fáceis”, reitera.

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A queda capilar pode estar associada a vários fatores

Novidades e mitos

Embora o mercado apresente frequentemente tecnologias descritas como “revolucionárias”, a médica alerta que é preciso estar atento para evitar tratamentos que não resolvam efetivamente o problema.

Ela também reforça que um dos mitos a ser combatidos é o de que xampus antiqueda e suplementos isolados resolvem a questão da queda capilar.

Prevenção e impacto emocional

Para concluir, ela observa que prevenir a queda capilar é cuidar da saúde integral, pois os cabelos podem sinalizar desequilíbrios precoces do organismo. Mais do que isso, tratá-los é também preservar a autoestima. “A queda capilar costuma ter um impacto profundo, pois mexe diretamente com identidade, confiança e imagem pessoal. O tratamento não é apenas estético: é também um cuidado com a saúde emocional do paciente”, completa.

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