Fortaleza ganhará ‘corredor verde’ em grandes vias da cidade. Foto: Marcos Moura

Fortaleza foi uma das cinco cidades brasileiras selecionadas em edital nacional promovido pelo instituto de pesquisa WRI Brasil, por meio da iniciativa Acelerador de Soluções para o Calor Urbano, para receber investimentos em políticas públicas voltadas à sustentabilidade e ao enfrentamento das mudanças climáticas. O anúncio foi dado em Brasília, na última semana, durante a conferência Cidades Verdes Resilientes. 

Além da capital cearense, também foram contempladas as cidades do Recife, Teresina, Campinas e Florianópolis. Com a integração ao programa, os municípios recebem apoio técnico especializado para aprofundarem seus projetos, torná-los viáveis para captação de recursos e prepará-los para a fase de execução. As atividades seguem até março de 2026, quando está previsto evento nacional reunindo as cidades selecionadas com instituições financeiras e parceiros de investimento.

Cidades mais verdes

O projeto fortalezense em questão é o “Corredores Verdes”, desenvolvido pela Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) e propõe a implantação de um corredor verde que conecta importantes vias da cidade – as avenidas Leste Oeste, José Jatahy e Sargento Hermínio – ao Parque Rachel de Queiroz.

A proposta está alinhada à Política de Caminhabilidade e Rede de Conectores Verdes, prevista no plano de governo municipal, e incentiva a mobilidade ativa de pedestres e ciclistas.

O projeto-piloto abrange os bairros Pirambu, Jacarecanga, Monte Castelo, São Gerardo e Presidente Kennedy, beneficiando diretamente mais de 77 mil moradores. As intervenções incluem arborização estratégica, requalificação de praças, pavimentos permeáveis e áreas de sombreamento, criando conexões entre parques e áreas verdes já existentes por meio do esverdeamento da infraestrutura urbana.

Segundo estudo realizado pela Prefeitura, a área selecionada possui apenas 0,35 km² de cobertura vegetal, número inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estipula um mínimo de 12 m² de área verde por habitante. A baixa arborização, somada à alta densidade de construções, intensifica o estresse térmico e representa risco à saúde, especialmente para as populações mais vulneráveis.

Fomentadores

O WRI Brasil é um instituto de pesquisa que atua no desenvolvimento de estudos e implementação de soluções sustentáveis em clima, florestas e cidades. Faz parte do World Resources Institute (WRI), com presença em mais de 60 países e cerca de 1.400 profissionais.

Já o Acelerador de Soluções para o Calor Urbano integra a iniciativa Data for Cool Cities, liderada pelo WRI com apoio da Google.org, e tem o objetivo de apoiar gestores públicos a utilizarem dados para enfrentar o calor extremo.