Alto luxo

Crise? No mercado de imóveis não

Por Admin - Em 05/11/2021 às 12:20 PM

Fortaleza tem sexta maior alta no preço do metro quadrado

Screenshot 20211105 113059 Google (1)

Crédito: Imóvel no Meireles/Via Real

Quem acha que a crise afeta todos os setores da economia vai se surpreender com o movimento do mercado imobiliário brasileiro. Em outubro sobre setembro, o preço do metro quadrado teve alta de 0,43%. No acumulado do ano a expansão é ainda maior: 4,23%. Fortaleza é a sexta capital com maior alta no metro quadrado do país. Aumentou 0,84% no mês passado. À sua frente, aparecem em ordem decrescente Vitória (1,46%), Curitiba (1,31%), Goiânia (1,15%), Florianópolis (1,12%) e Brasília (0,86%).  A lista é medida pelo índice FipeZap e também trouxe outras informações importantes. Por exemplo, a maioria das capitais monitoradas tiveram alta no preço médio de venda dos imóveis. Menos Porto Alegre, que teve ligeiríssima queda de 0,07%. No acumulado em 12 meses, o índice aponta elevação de 5,18% e perde para uma estimativa de inflação de 10,28%.

Preferência de funcionários e sertanejos…

Screenshot 20211105 113815 Google

Crédito: Casa do cantor sertanejo Rodolffo/Redes Sociais

O preço médio do metro quadrado em Fortaleza é de R$ 6.208,00. O metro quadrado mais caro em capitais é o de São Paulo, onde está cotado a R$ 9.640. Em seguida aparece o Rio de Janeiro, com R$ 9.616, e Brasília onde cada quadrado de 1m x 1m de moradia custa R$ 8.617. Na outra ponta, os valores mais baixos estão em Campo Grande, com R$ 4.486,00, na linda João Pessoa em que o valor está em R$ 4.766 e, por último mas por pouco tempo, Goiânia com R$ 4.990. É interessante notar em relação à capital goiana que existe um claro movimento de migração de, pelo menos, dois grupos de pessoas escolhendo esta cidade para viver: os funcionários públicos que preferem a tranquilidade e qualidade de vida de Goiânia, mesmo tendo que pegar estrada para Brasília. E os artistas sertanejos que estão, cada vez mais, optando pelos belos condomínios de chácaras das cercanias do polo mais central do estado.

Que tal morar de frente pro mar da Guanabara?

Screenshot 20211105 112716 Google

Crédito: Imóvel na Zona Sul do Rio de Jnaeiro/Divulgação

Imóveis de luxo nunca venderam tanto. Mas, vejam bem,  não é qualquer mansãozinha. São as de altíssimo luxo. A desvalorização do real é a causa principal deste efeito mercadológico. Os bilionários brasileiros estão comprando. Os estrangeiros também. E muito. O preço de saída é de, nada mais nada menos, que R$ 30 milhões. E já que é para morar bem, que seja de frente para o mar. O Rio de Janeiro concentra as maiores listas de compradores a serem atendidos pelos real state. Também conhecidos como corretores de alto luxo. “Nunca vendemos tanto quanto na pandemia. Realizamos nossas vendas mais altas, em valores e em volume. Só nos seis primeiros meses de 2021, tivemos mais vendas que nos últimos cinco anos”, conta Arnaud Bughon, CEO da Latin Exclusive.  Mais um elemento para esta análise: os lançamentos de imóveis de luxo tiveram aumento de 136% no acumulado deste ano. Em plena pandemia e com grande parte da economia paralisada por lockdown ou afetada por seus efeitos.

Oi?! Como assim?

Crédito: Vista da varanda de apartamento de frente para a Torre Eiffel/Divulgação

Como explicar que, no ano da pandemia que parou o mundo, os imóveis de luxo no Brasil tenham este excepcional desempenho? Muito simples, meu caro Watson! A questão toda está resumida em uma única expressão: a desvalorização do real. A moeda brasileira deslizou ladeira abaixo com as lacunas de uma política econômica que não existe. Porque  o governo federal e sua equipe econômica olham para lados diametralmente opostos. Enquanto a Covid-19 se espalha pelo mundo e mata milhões de pessoas – só no Brasil já são mais de 608 mil vidas perdidas – o real  sofre  fortíssimo processo de depreciação. Foi a moeda mais desvalorizada do mundo, em 2020. E a tendência permanece. No primeiro semestre de 2021, é a quarta com a maior perda de valor no mundo. Não precisa ser nenhuma Velma Dinkley para desvendar um enigma tão básico. Bastava o Sherlock Holmes, mesmo. A taxa de câmbio favoreceu muito, principalmente, os compradores de outros países. Este público viu, no Brasil, a oportunidade de um bom investimento a preço de banana. Descontada  a inflação, claro! E ainda com um atrativo que quase nenhum outro lugar do mundo tem: a paisagem. Responda rápido: entre a Praia do Leblon com aquela areia branquinha e o mar azul, visto da varanda de um apartamento de 300 metros quadrados, e um quarto e sala em frente à Torre Eiffel, pelo mesmo preço, o que você escolheria?

Mais notícias

Ver tudo de Lifestyle