Aumento do consumo

Petrobras importa gasolina…

Por Admin - Em 21/10/2021 às 1:21 PM

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Crédito: Divulgação

A Petrobras surpreendeu o mercado com o comunicado de que está importando combustíveis. A companhia, a maior petroleira do país e uma das gigantes do mundo, elevou a compra de gasolina em  950% no 3º trimestre. No mesmo período, foram adquiridos no mercado externo mais 548,1% em diesel. A nova conjuntura está criando um clima tenso entre a companhia e as distribuidoras, que temem que mais repasses de preço reduzam as vendas. Por sua vez, a Petrobras argumenta em contrário. Importa porque aumentou o consumo. De fato, o índice de utilização do produto subiu 90% em outubro. Com a expansão, a capacidade de a petrolífera atender à demanda doméstica fica comprometida. E a exportação também. Petróleo e seus derivados são componentes importantes da balança comercial brasileira. A exportação líquida da empresa caiu 49,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2020. No período, as exportações totais foram de 813 mil barris por dia (bpd). Uma redução de 17,3%. Já nas importações, foram 415 mil barris por dia, com alta de 116%. A maior parcela importada foi de diesel (175 mil bpd) e a exportada foi de petróleo (604 mil bpd).

Pré-sal pra quê?

Dois detalhes são percebidos no cenário de hoje no mercado de petróleo brasileiro. Primeiro: estamos saindo de uma pandemia que paralisou o planeta. Brasil incluído. A queda de consumo foi tremenda. Fácil deduzir que haveria uma pressão de demanda sobre todos os itens de consumo. Principalmente gasolina, diesel e gás! Foram cerca de 20 meses de um isolamento social suficiente para a forte desaceleração da economia. A retomada, porém, já começou e – mais importante – já estava prevista. Assim, mais do que combustível, faltou planejamento. O segundo ponto: lembrem-se  do pré-sal, as  enormes reservas de petróleo que estão no fundo do oceano espalhadas por boa parte de nossas milhas territoriais marítimas. Com a exploração que a Petrobras já é capaz de fazer, poderíamos avançar alguns passos na autossuficiência. A questão é: autossuficiência não existe na economia global. Mas este é tema pra outro momento.

Nas bombas… a bomba!

Muito difícil que o consumo de combustíveis despenque a níveis baixíssimos, capazes de provocar falência do setor. A economia precisa ir e vir. Mas também é óbvio que as distribuidoras terão que encontrar soluções que garantam seus fluxos. Para conseguir atender aos postos, as distribuidoras terão que buscar alternativas. A mais à mão: importação direta. Nem todo mundo está feliz com isso e algumas queixas já chegaram à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Agora, é esperar para ver como as coisas se resolverão. Recentemente, o Reino Unido viveu um crash no mercado de combustíveis. O primeiro efeito do Brexit foi a falta de mão de obra para o transporte de produtos. Foi  um momento bem ruim para os britânicos. Por aqui, já vivenciamos o resultado de caminhoneiros parados. Nos Reinos de Windsor, soluções paliativas já resolveram o problema. Pelo menos, temporariamente. Da Linha do Equador para baixo, no entanto, é preciso acrescentar um ingrediente: ação política.

Riqueza mesmo qual é?

O petróleo foi e é a causa de muitas crises globais e até guerras. Seja pelo preço do barril, pela escassez ou poder político e econômico que dá a quem o possui em larga escala. O “ouro negro” mexe com o mercado. E mais ainda com a vida de todos nós.  Mas trata-se de um recurso natural esgotável e poluente. No século 21, valor mesmo terá a energia limpa e renovável. Sol, vento, biomassa, ondas do mar. Além do petróleo, o Brasil também tem abundância destas matrizes energéticas. E o Ceará tem posição de destaque neste segmento, já tendo sido o primeiro estado em geração de energia eólica do país. Ainda estamos no topo do ranking e a tendência é o crescimento. O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) já abriga algumas empresas de equipamentos e componentes para a implantação de plantas geradoras. O futuro é promissor para a chegada de mais destas indústrias. Que venham! O Ceará está de braços abertos.

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