OPEP+ mantém produção e preços seguem em alta

Se o Brasil é autossuficiente, por que sofre com a alta do petróleo?

Por Admin - Em 05/10/2021 às 9:17 AM

Petróleo

O preço do petróleo teve um pico que só se viu em 2018, depois da decisão da OPEP+ nesta segunda-feira 04 de outubro.  Rússia e países aliados à Organização de Países Exportadores de Petróleo se reuniram pra  manter o que decidiram em julho de 2021: manter a produção atual de 400 mil barris por dia até pelo menos abril de 2022. Mesmo com a demanda se recuperando e a pressão de alguns países para que a produção tenha um aumento mais significativo.

A manutenção da política da OPEP+ fez os preços dispararem. O petróleo Brent fechou em alta de  2,5%, com valor de 81,26 dólares o barril. É a quarta semana consecutiva de alta. E isso gera impacto direto na inflação, o que atrapalha a recuperação econômica de vários países neste cenário pós-pandemia.

MAS E O BRASIL?

O Brasil produz mais do que consome há aproximadamente 15 anos, com a fabricação de 3 milhões de barris por dia.  Mesmo assim ainda importamos 170 mil barris diários de derivados do petróleo. Com a descoberta do pré-sal na costa brasileira, em 2007, o petróleo leve passou a ser extraído de águas profundas e o produto, com maior valor agregado, passou a ser exportado. De acordo com a Agencia Nacional do Petróleo, o Brasil exporta mais de 1 milhão de barris por dia. Especialistas dizem que essa foi a saida, já que as refinarias do país foram projetadas na década de 1970, para petróleo pesado. Outro fator para a importação de produtos derivados é para a composição do blend, a mistura que é feita durante o refino.

Como o barril é negociado em dólar, a alta da cotação ( hoje em 5,46 reais com tendência de alta segundo BM&F) impacta diretamente os preços. Por isso quando o valor aumenta no exterior, o produto fica mais caro aqui também. Adiciona-se a isso a questão da logística na distribuição: a maior parte das refinarias está no litoral. Estados mais distantes tem que pagar o frete do combustível.

A Petrobrás lançou nota este ano explicando que mantém investimentos de 3,7 bilhões de dólares até 2025 nos parques e que 68% do petróleo refinado no país vem do pré-sal. Mesmo com a venda de duas das oito refinarias colocadas à disposição do mercado, a empresa diz que vai manter metade da capacidade de refino do país. As refinarias vendidas foram a de Manaus, para o grupo Atem (Amazonas), por 994 milhões de reais e a da Bahia, para o grupo Mubadala (Emirados Árabes), por 9,1 bilhões de reais.

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