Entre as companhias que investiram, 79% priorizaram a compra de máquinas e equipamentos novos FOTO: Agência Brasil

Mesmo diante de juros elevados, a indústria brasileira seguiu investindo em 2024, embora a maior parte dos aportes tenha sido feita com capital próprio, em vez de financiamentos bancários.

Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), sete em cada dez empresas do setor de transformação realizaram investimentos no ano passado — a segunda maior taxa em seis anos, atrás apenas de 2022, quando o índice chegou a 73%.

A pesquisa, realizada com 1,5 mil empresas de diferentes portes, mostra que 71% conseguiram cumprir integral ou parcialmente seus planos de investimento. Apenas 10% adiaram ou cancelaram projetos, citando incertezas econômicas, queda nas vendas e custos mais altos de insumos.

Entre as companhias que investiram, 79% priorizaram a compra de máquinas e equipamentos novos. Além disso, 57% promoveram modernização de instalações e 37% ampliaram fábricas, terrenos ou armazéns. A retomada da demanda, no mercado interno e externo, também estimulou a expansão da capacidade produtiva.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cerca de R$ 371 bilhões foram destinados em 2024 à expansão de ativos industriais, o equivalente a 18,2% dos investimentos produtivos do país — o maior volume em dez anos.

Apesar do cenário positivo, a CNI alerta que os juros altos podem limitar novos projetos. A entidade deve repetir a pesquisa ainda este ano para avaliar se as recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros afetarão a disposição das empresas em investir.

O levantamento revela ainda que 74% dos aportes foram financiados com recursos próprios ou dos sócios, proporção maior que a observada em 2022 e 2023, quando esse percentual ficou em 71%.