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71% dos bares e restaurantes esperam crescimento do faturamento na Páscoa de 2025

Por Redação - Em 08/04/2025 às 10:38 AM

Setor De Serviços, Bares E Restaurantes Bartender. Drink Foto Freepik

Para a maioria dos empresários, o incremento deve variar entre 5% e 20% FOTO: Freepik

A Páscoa de 2025 pode ser um alívio financeiro para bares e restaurantes que, até agora, têm enfrentado dificuldades econômicas. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em março, 71% dos empresários do setor esperam um aumento no faturamento durante o feriado prolongado de abril, em comparação com a Semana Santa do ano anterior. Para a maioria dos empresários (40%), esse incremento deve variar entre 5% e 20%.

O presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, acredita que a data é uma grande oportunidade para os negócios se reequilibrarem financeiramente. Ele destaca que, apesar das dificuldades persistentes, as datas sazonais como a Páscoa representam uma chance de recuperação para as empresas que ainda operam no limite.

“O setor ainda enfrenta desafios notáveis, com mais de dois terços das empresas operando sem lucro, mas, ainda assim, há sinais positivos. As datas sazonais, como o feriado prolongado de Páscoa, representam oportunidades de fortalecimento para muitas empresas que operam no limite”, afirmou Solmucci.

Cenário

A pesquisa também revelou um cenário de instabilidade nos negócios ao longo do primeiro trimestre de 2025. Em fevereiro, 30% dos estabelecimentos operaram com lucro, enquanto outros 30% terminaram o mês no prejuízo e 39% mantiveram um equilíbrio financeiro. Esses números indicam uma piora em comparação com janeiro, quando o percentual de empresas lucrativas era maior (36%) e o número de negócios com prejuízo era menor (25%).

“É natural que o faturamento tenha sofrido queda em relação a janeiro, um mês tradicionalmente positivo para o setor. No entanto, a expectativa é que os negócios tenham conseguido equilibrar as contas em março, impulsionados pelo Carnaval, e que esse movimento continue nos próximos meses, com datas estratégicas como a Páscoa, o Dia das Mães e o Dia dos Namorados”, analisa Solmucci.

Desafios econômicos

Ainda que a expectativa para o feriado seja positiva, os empresários do setor enfrentam desafios contínuos. A pesquisa revelou que, devido ao aumento nos custos operacionais, muitos estabelecimentos ainda não conseguiram reajustar os preços dos cardápios de maneira satisfatória. De acordo com o levantamento, 32% dos bares e restaurantes não realizaram nenhum reajuste, enquanto 59% ajustaram os preços conforme ou abaixo da inflação e apenas 9% aumentaram os valores acima desse índice.

Além disso, o nível de endividamento continua sendo uma preocupação. A pesquisa mostrou que 39% dos estabelecimentos estão com pagamentos em atraso, sendo os principais débitos os impostos federais (74%), impostos estaduais (52%) e empréstimos bancários (37%).

“Um dos principais desafios dos empresários tem sido equilibrar as contas sem afastar os clientes. Muitos evitam reajustes nos preços para manter o movimento, mas, ao mesmo tempo, precisam arcar com dívidas e outros custos que continuam subindo”, explica Solmucci.

Ele ainda completa: “Isso pressiona a lucratividade e torna momentos de alta demanda, como os feriados prolongados, essenciais para que os negócios operem acima da média e tentem se recuperar”.

Expectativa de superação

Apesar das dificuldades, a expectativa é de que o setor consiga usar a Páscoa e outros feriados estratégicos para alavancar as vendas e melhorar o desempenho financeiro. Para os empresários que ainda lidam com a falta de lucro, esses períodos de alta demanda são uma oportunidade fundamental para recuperar o equilíbrio e garantir a continuidade dos negócios.

À medida que o ano avança, a recuperação das empresas depende não apenas de datas comemorativas como a Páscoa, mas também de uma gestão eficiente dos custos e da capacidade de adaptação ao novo cenário econômico. O setor segue otimista, mas consciente de que o caminho para a recuperação é árduo e depende da combinação de boas estratégias e uma recuperação econômica mais ampla.

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