M. Dias Branco está com suas ações comercializadas em alta nesta segunda-feira         Foto: Divulgação

As ações da M. Dias Branco (MDIA3) abriram a semana em forte alta, sustentando ganhos de dois dígitos desde as primeiras negociações desta segunda-feira (11). Impulsionados pelo sólido desempenho do segundo trimestre de 2025, os papéis da maior fabricante de massas e biscoitos do Brasil chegaram, no início da tarde, a avançar 15%, sendo cotados a R$ 27,98.

O mercado reagiu positivamente ao balanço que revelou lucro líquido de R$ 216,4 milhões, alta de 14% em relação ao mesmo período de 2024. A receita líquida somou R$ 2,7 bilhões, crescimento de 3,6% na comparação anual. O avanço foi atribuído a preços médios mais elevados, redução das despesas com vendas e benefícios fiscais.

Entre os fatores que sustentaram a performance, a companhia destacou maior presença no ponto de venda, aceleração de programas de produtividade, fortalecimento da gestão matricial de despesas, melhorias nos indicadores de serviço e satisfação do cliente, evolução na rota ao mercado e gestão de distribuidores, além do aperfeiçoamento do plano comercial trimestral.

Estratégia consistente, resultados expressivos

Para Gustavo Theodozio, vice-presidente de Investimentos e Controladoria, os resultados refletem a maturação de um conjunto de iniciativas estratégicas. “O segundo trimestre coroou ações como um plano comercial claro, reestruturação de despesas e custos, ganhos de produtividade e desenvolvimento de uma cultura ágil. Crescemos de forma sustentável, com rentabilidade“, afirma.

Houve avanço de receita líquida em todas as frentes de negócio:

– Produtos Principais (massas, biscoitos e margarina): +3,3%

– Moinhos de Trigo e Refino de Óleos Vegetais: +2,7%, impulsionados pelo novo time de food service

– Adjacências (bolos, snacks, misturas, torradas, saudáveis, molhos e temperos): +10,8%, segmento no qual a empresa amplia sua presença e oportunidades

Apesar do crescimento, o volume de vendas recuou 9,8% em relação ao 2TRI24. Gustavo Theodozio explica que o mercado de biscoitos como um todo caiu 3% e que, no ano passado, houve recomposição de estoques após a implantação do sistema de gestão ‘Projeto SAP’, o que distorceu a base comparativa.

A reestruturação comercial, com novas lideranças e foco na eficiência no atendimento ao varejo, aliada à otimização de custos, resultou em queda significativa das despesas administrativas e de vendas – redução de 2,8 pontos percentuais frente ao mesmo período de 2024.

Câmbio mais estável ajuda

Segundo Fábio Cefaly, diretor de Novos Negócios e Relações com Investidores, a recente estabilidade cambial começa a favorecer a gestão dos custos com matérias-primas. Ainda assim, no trimestre, os custos foram 7% superiores ao ano anterior, pressionados pela alta do óleo de palma em dólar (+11,3% na média do período) e pela desvalorização do real. O trigo manteve preços estáveis em moeda norte-americana, mas também foi impactado pela variação cambial.