Voltaram a ganhar força as preocupações com as políticas comerciais do ex-presidente americano Donald Trump, que ameaça impor tarifas agressivas a países do Brics — incluindo África do Sul, China e Índia

A África do Sul pediu, nesta quinta-feira (17), que o G20 assuma um papel mais ativo e cooperativo diante de crescentes barreiras comerciais, instabilidade geopolítica e dificuldades enfrentadas por países em desenvolvimento. O apelo ocorre durante o encontro de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do grupo, realizado na cidade de Durban.

Com o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”, o país anfitrião busca destacar as prioridades do continente africano, incluindo o alto custo do capital, o endividamento crescente e os impactos das mudanças climáticas.

“O mundo precisa de liderança ousada e colaborativa”, afirmou o ministro sul-africano das Finanças, Enoch Godongwana, ao abrir a reunião. Ele destacou que muitas economias africanas estão sufocadas por dívidas e falta de espaço fiscal, o que limita investimentos sociais e sustentáveis.

Apesar da importância do encontro, o G20 enfrenta dificuldades internas. A ausência de figuras-chave, como o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e ministros da Índia, França e Rússia, alimenta dúvidas sobre a eficácia do fórum. Representantes norte-americanos indicaram que pretendem reformular a agenda do grupo quando assumirem a presidência rotativa, reduzindo estruturas paralelas e simplificando as discussões.

Em meio à reunião, voltaram a ganhar força as preocupações com as políticas comerciais do ex-presidente americano Donald Trump, que ameaça impor tarifas agressivas a países do Brics — incluindo África do Sul, China e Índia. A medida é vista como um risco adicional de fragmentação no comércio global.

Desde julho de 2024, o G20 não consegue chegar a um consenso para emitir um comunicado conjunto, refletindo os impasses causados pela guerra na Ucrânia e pelas disputas entre grandes potências.