AVIAÇÃO
Airbus mira o Brasil como centro estratégico para expansão na América Latina
Por Redação - Em 13/10/2025 às 9:35 AM

“O Brasil é o maior mercado da região, em número de passageiros, frota e rotas”, diz o presidente da Airbus para a América Latina e o Caribe, Arturo Barreira
Com o aumento do tráfego aéreo e a retomada da aviação mundial, a Airbus aposta no Brasil como o principal polo de crescimento no mercado latino-americano. A empresa europeia prevê que o número de passageiros na região deve dobrar em até dez anos e vê no país uma base sólida para impulsionar suas operações, tanto no setor comercial quanto no de helicópteros.
Atualmente, companhias brasileiras operam cerca de 200 aeronaves Airbus, enquanto metade dos helicópteros em uso no país — especialmente em São Paulo — foi produzida pela fabricante. O grupo reforça essa presença por meio da Helibras, subsidiária instalada em Itajubá (MG), que há quatro décadas mantém a única linha de montagem de helicópteros com turbinas da América Latina.
De acordo com o presidente da Airbus para a América Latina e o Caribe, Arturo Barreira, o Brasil ocupa uma posição estratégica dentro da empresa. “O país é o maior mercado da região, em número de passageiros, frota e rotas, e concentra nossa principal base industrial fora da Europa”, afirmou em entrevista à Forbes Brasil.
A Helibras, que emprega cerca de 600 profissionais, é responsável pela montagem dos modelos H125 e H225, além de atuar em manutenção e desenvolvimento de soluções civis e militares. A estrutura no Brasil inclui ainda um centro de manutenção no Campo de Marte (SP) e simuladores de voo para pilotos de helicópteros e aviões comerciais.
Projeções otimistas
O relatório Global Services Forecast, elaborado pela própria Airbus, aponta que o tráfego aéreo na América Latina deve crescer 3,6% ao ano, impulsionado pela ampliação das rotas regionais e pelo aumento do comércio internacional. A estimativa é que o número médio de viagens por pessoa na região suba de 0,4 para 1 nos próximos 20 anos.
Para atender à demanda, a empresa prevê a criação de 2,35 milhões de novos empregos no setor e projeta que a frota global de aeronaves ultrapasse 49 mil unidades até 2044. Cerca de 44% dessas entregas substituirão aviões mais antigos, em um movimento de renovação tecnológica.
Desafios e oportunidades
Barreira reconhece que o setor ainda enfrenta gargalos na cadeia de suprimentos, principalmente na disponibilidade de motores, o que tem atrasado parte das entregas. Mesmo assim, a Airbus espera normalizar a produção até o fim de 2025.
No mercado de defesa, a presença também é robusta. O Brasil opera mais de 150 helicópteros Airbus nas Forças Armadas, além de aeronaves de transporte militar C295. Recentemente, o governo brasileiro adquiriu aviões A330 para conversão em versões multimissão (MRTT), reforçando a parceria com a fabricante.
Liderança consolidada
Com mais de 800 helicópteros em operação na América Latina — 60% do total da frota da região —, a Airbus se mantém como líder incontestável do segmento. No Brasil, detém cerca de metade do mercado, e vê espaço para crescer à medida que companhias como LATAM e Azul renovam suas frotas.
“Mesmo após um período desafiador, o potencial da aviação brasileira continua enorme. A Airbus está aqui para crescer junto com o país”, conclui Barreira.
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