As viagens entre o Brasil e outros países da América Latina devem crescer 145%, enquanto o tráfego internacional de longa distância tem projeção de aumento de 121%

O mercado aéreo brasileiro deve passar por uma forte expansão nas próximas duas décadas, com o volume de passageiros mais que dobrando até 2044, segundo a Previsão de Mercado Global 2025–2044 divulgada pela Airbus. A estimativa aponta que o tráfego anual no País deve saltar de 108,5 milhões de passageiros, registrados em 2024, para 266,3 milhões ao fim do período.

De acordo com a fabricante europeia, o avanço será sustentado pelo crescimento econômico, pela ampliação da classe média e pelo aumento da conectividade tanto no mercado doméstico quanto nas rotas internacionais. Como reflexo desse movimento, o número de viagens por habitante deve subir de 0,5 para 1,1 ao longo de 20 anos.

O tráfego doméstico aparece como o principal motor dessa expansão, com previsão de alta de 149%. As viagens entre o Brasil e outros países da América Latina devem crescer 145%, enquanto o tráfego internacional de longa distância tem projeção de aumento de 121%, segundo o estudo.

Para atender à demanda crescente, a frota de aeronaves comerciais operando no Brasil — incluindo companhias nacionais e estrangeiras — precisará aumentar 122% até 2044, ainda conforme a Airbus. O reforço da frota é considerado essencial para sustentar o ritmo de expansão do setor.

América Latina e Caribe

O crescimento projetado para o Brasil acompanha uma tendência regional mais ampla. Na América Latina e no Caribe, o mercado de serviços de aviação deve praticamente dobrar de tamanho, passando de US$ 8,3 bilhões para US$ 17,6 bilhões até 2044.

A Airbus estima que a frota total da região alcançará cerca de 2.750 aeronaves nas próximas duas décadas, impulsionada por 2.660 novas entregas, com predominância de aviões de corredor único, mais adequados a rotas regionais e domésticas.

A expansão do setor também exigirá um reforço expressivo de mão de obra qualificada. A projeção indica a necessidade de 132 mil novos profissionais na região até 2044, incluindo cerca de 42 mil técnicos, 35 mil pilotos e 55 mil comissários de bordo, para sustentar o crescimento do mercado aéreo latino-americano.