indústria automotiva

Alckmin busca apoio de embaixadores para excetuar o Brasil da disputa global por chips

Por Redação - Em 29/10/2025 às 11:16 AM

Indústria Automotiva, Motos, Motocicletas, Produção De Motos Foto José Paulo Lacerda Cni

a indústria automotiva é responsável por 20% da indústria de transformação nacional e emprega cerca de 1,3 milhão de pessoas direta e indiretamente FOTO: José Paulo Lacerda/CNI

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, iniciou uma ofensiva diplomática para proteger o Brasil dos efeitos da crise geopolítica dos semicondutores, que ameaça o fornecimento de chips essenciais à indústria automotiva.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial, Uallace Moreira, Alckmin já entrou em contato com o embaixador da China no Brasil e com o embaixador brasileiro em Pequim para abrir diálogo e buscar a exclusão do país das restrições comerciais que envolvem China e Holanda. “O Brasil não tem relação direta com o conflito e não deve ser penalizado por ele”, afirmou o secretário após reunião com representantes da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e da Abipeças (Associação Brasileira da Indústria de Autopeças).

A crise surgiu após o governo holandês assumir o controle da Nexperia, fabricante de semicondutores de origem chinesa. Em resposta, Pequim restringiu a exportação de chips produzidos e embalados na China, afetando um elo essencial da cadeia global. A empresa responde por 40% do mercado mundial desses componentes, amplamente usados em carros flex e outros equipamentos eletrônicos.

Uallace Moreira explicou que a indústria automotiva é responsável por 20% da indústria de transformação nacional e emprega cerca de 1,3 milhão de pessoas direta e indiretamente. Uma paralisação no fornecimento, alertou, teria impacto econômico imediato. “Há prioridade total do vice-presidente em preservar o funcionamento do setor”, disse.

Durante o encontro, o governo sinalizou disposição em garantir rastreabilidade das compras de chips e restringir o uso ao mercado interno, sem redirecionamento para exportação — uma medida que busca demonstrar transparência e afastar o Brasil de qualquer suspeita de envolvimento no conflito comercial.

A Anfavea e a Abipeças alertaram que os efeitos da escassez podem ser sentidos nas próximas semanas, com risco de paralisações em linhas de produção de veículos leves, pesados e máquinas. Para o presidente da Anfavea, Igor Calvet, uma ação diplomática firme junto à China pode ser decisiva para evitar uma nova crise de abastecimento como a enfrentada durante a pandemia.

Também participaram da reunião o CEO da Robert Bosch, Eduardo Gaston Dias Peres; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges Júnior; e o diretor-executivo da Abipeças/Sindipeças, Adilson Luis Sigarini.

Mais notícias

Ver tudo de IN Business