SEGURANÇA OPERACIONAL

Alterações no projeto para instalar Dessal reforçam segurança do empreendimento

Por Marcelo - Em 11/12/2023 às 10:35 AM

Embora não haja riscos ao fornecimento de internet no Brasil e para 17 cabos de oito empresas localizadas na Praia do Futuro, em Fortaleza, a Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará) e o consórcio Águas de Fortaleza, responsáveis pela construção da Dessal Ceará, apresentaram um pacote de alterações no projeto. O objetivo principal é dar mais tranquilidade às empresas de telecomunicações que já possuem instalações no local.

As novas alternativas foram apresentadas aos representantes das telefônicas e da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e abrangem reforço na espessura das tubulações em terra, nos pontos em que encontram os cabos de internet. Além disso, o consórcio também fará a construção de um reservatório enterrado para oferecer ainda mais segurança à usina de dessalinização.

Planta da Dessal contará com novas técnicas e equipamentos para garantir total segurança às operações

A gente tem adotado técnicas e proposições, inclusive da Anatel, para dar mais segurança às empresas. Esse risco de que a planta vai derrubar a internet do País nunca existiu”, afirma Neuri Freitas, presidente da Cagece. Ele complementou seu raciocínio afirmando que o consórcio já havia realizado outras mudanças no projeto inicial, como o afastamento das tubulações de captação de água dos cabos submarinos em 567 metros.

O presidente da Cagece ainda ressaltou que as tubulações se cruzarão com quatro cabos em terra, mas que não haverá risco. “A gente sabe onde esses cabos estão. Fizemos uma proposição para nestes cruzamentos colocarmos a adutora por método não destrutivo, ou seja, sem ter que escavar”, destaca. Ainda não são considerados, pelas empresas de telecom, 1.204 pontos em que as redes se cruzam com linhas de água e esgoto. “Como os cabos marítimos continuam numa parte em terra já existe, hoje, essa quantidade de pontos que se encontram com nossas redes de água e esgoto. Ainda há 285 cruzamentos da rede de gás com os cabos, e 85 locais onde encontram as tubulações de drenagem de água de chuva da prefeitura. E nunca, em nenhum destes pontos, foi registrado algum problema”, assevera Neuri Freitas.

Alteração de local

O estudo feito pela Cagece chegou a analisar outros pontos do litoral para implantação da Dessal, mas o mesmo indicou que a Praia do Futuro reunia as melhores condições para receber a planta. Para Renan Carvalho, presidente da SPE, quatro pontos foram primordiais para que este local recebesse o projeto: qualidade da água; profundidade maior que dez metros que não esteja tão distante do continente; correntes marinhas que permitam a renovação da água; baixa presença de óleo. “O local não é escolhido de forma aleatória. É feito por meio de estudos”, reitera.

Ainda de acordo o levantamento feito pela Cagece, os custos para construção da planta seriam bem maiores caso a Dessal Ceará fosse construída em outra região. Na Praia de Sabiaguaba, também em Fortaleza, o custo extra ficaria em R$ 100 milhões, devido à ligação com a rede da Cagece, localizada mais distante. Em Cumbuco, subiria para R$ 200 milhões e no Complexo de Pecém, em São Gonçalo do Amarante, poderia chegar a R$ 1 bilhão.

“A Dessal não é onde tem mar, é onde o mar permite que tenha. Não tem como mudar. Então, apresentamos todas as alternativas dentro do possível. Nós perdemos um ano refazendo o projeto para afastamento da tubulação, como a Anatel pediu. Depois eles apresentaram outros pontos de preocupação no continente e propusemos as alternativas para isso”, completa Renan Carvalho.

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