Inovação Industrial

Amazon revela robô com tato e visão que aprende com o próprio erro

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 12/05/2025 às 10:00 AM

Amazon Revela Robô Com Tato E Visão Que Aprende Com O Próprio Erro Foto Divulgação

Amazon Revela Robô Com Tato E Visão Que Aprende Com O Próprio Erro Foto: Divulgação

Em mais um passo ousado na convergência entre robótica e inteligência artificial, a Amazon apresentou o “Vulcan”, seu primeiro robô com sensores de tato e visão computacional avançada. Capaz de navegar com precisão em ambientes desorganizados e reagir ao contato físico com objetos, o equipamento marca uma virada no desenvolvimento de máquinas que aprendem com a experiência, em tempo real.

O anúncio foi feito durante o evento “Delivering the Future” (Entregando o Futuro na tradução direta), realizado em Dortmund, na Alemanha, por Aaron Parness, diretor de Ciência Aplicada da Amazon Robotics.

Diante de uma plateia de especialistas e jornalistas, o Vulcan demonstrou habilidade ao reorganizar prateleiras sem interrupções ou assistência humana. “A diferença agora está entre inteligência digital e inteligência física”, explicou Parness. “Esse tipo de percepção ainda é difícil para robôs, mas natural para humanos.”

Hoje, o Vulcan opera em fase de testes nos centros logísticos da Amazon em Washington (EUA) e Dortmund. A meta é chegar a 50 unidades até o fim do ano, antes de expandir o uso para outros polos logísticos da Europa e América do Norte.

Robô que aprende

Desenvolvido sob a liderança do cientista Nicolas Hudson, ex-Boston Dynamics, o Vulcan representa uma nova geração de robôs industriais: aprende com erros, ajusta os movimentos em tempo real e refina os algoritmos a cada nova interação. “Com a ajuda da IA, o robô entende que tipo de força aplicar, reconhece o espaço disponível e ajusta sua ação ao armazenar um item”, diz Hudson. “É essa capacidade de adaptação que o torna escalável.”

Com desempenho equivalente ao de um operador humano — cerca de 300 itens movimentados por hora —, o Vulcan atua principalmente em prateleiras elevadas, onde o trabalho é mais repetitivo e arriscado para funcionários. A escolha, segundo a Amazon, busca não só eficiência, mas também segurança no ambiente de trabalho.

Embora humanoides ainda gerem fascínio no imaginário coletivo, Hudson defende a escolha por uma morfologia não-humana. “A promessa do robô humanoide é a versatilidade, mas para essa tarefa específica, uma estrutura dedicada é mais eficaz.”

Nova era

A Amazon não está sozinha nessa corrida. Com grandes empresas de tecnologia liderando os investimentos em robótica, o avanço da área deixou os laboratórios para ocupar um lugar estratégico no coração da indústria. A era dos robôs adaptáveis — que “sentem”, “veem” e aprendem — já começou.

Mais notícias

Ver tudo de IN Business