“Para minha surpresa, geralmente me sinto bem. Embora me movimente mais devagar e leia com dificuldade crescente, ainda vou ao escritório cinco dias por semana”, escreveu

O investidor Warren Buffett, de 95 anos, anunciou que deixará de escrever a tradicional carta anual aos acionistas da Berkshire Hathaway, prática que mantém desde 1965. Embora tenha confirmado sua saída do comando executivo ao fim deste ano, Buffett não se afastará totalmente: pretende manter uma mensagem anual no Dia de Ação de Graças e ampliar suas doações filantrópicas, estimadas em US$ 149 bilhões em ações da companhia.

A partir de 2026, o cargo de CEO será assumido por Greg Abel, de 63 anos, atual vice-presidente responsável pelas operações não relacionadas a seguros da Berkshire. Buffett afirmou que Abel “superou todas as altas expectativas” e reforçou sua confiança na continuidade da empresa.

Reconhecido por seu estilo acessível e sua visão de longo prazo, Buffett transformou a Berkshire Hathaway em um conglomerado avaliado em cerca de US$ 1 trilhão, com ações que subiram mais de 10% neste ano.

Filantropia em ritmo acelerado

Em sua mensagem, Buffett revelou ter convertido 1.800 ações da Berkshire, avaliadas em US$ 1,35 bilhão, em papéis da classe “B” — mais acessíveis — e os destinou a quatro fundações familiares. O bilionário explicou que pretende acelerar o ritmo das doações em vida, garantindo que a maior parte de seu patrimônio seja distribuída antes de sua sucessão.

“Ainda me sinto bem”

Apesar da idade avançada, Buffett afirmou manter uma rotina ativa. “Para minha surpresa, geralmente me sinto bem. Embora me movimente mais devagar e leia com dificuldade crescente, ainda vou ao escritório cinco dias por semana, onde trabalho com pessoas maravilhosas”, escreveu.

Com seu estilo direto e foco em princípios sólidos de investimento, Buffett encerra uma era, deixando como legado não apenas uma das maiores fortunas do mundo, mas também um exemplo de liderança ética, disciplina financeira e compromisso social.