APONTA ESTUDO

Apenas 35% das empresas estão prontas para a reforma tributária

Por Redação - Em 15/10/2025 às 12:01 AM

Reforma Tributária, Finanças, Contas, Calculadora Foto Freepik

Quase 70% dos entrevistados esperam impactos significativos das mudanças nos próximos cinco anos FOTO: Freepik

A menos de três meses da fase de testes da reforma tributária, a maioria das empresas brasileiras ainda não está preparada para o novo sistema de impostos. Segundo levantamento da Thomson Reuters, apenas 35% das companhias avançaram efetivamente nos processos de adaptação. Outras 63% ainda estão em fase de planejamento, e uma parcela menor sequer começou a agir.

O estudo, realizado entre julho e agosto com profissionais da área tributária, mostra que 69% dos entrevistados esperam impactos significativos das mudanças nos próximos cinco anos. Mesmo assim, a maior parte ainda não transformou a preocupação em ações práticas.

A adaptação ao novo modelo tributário exigirá uma transformação digital ampla e estruturada. O sistema passará a operar de forma totalmente eletrônica, com um volume de dados muito maior e complexidade semelhante à do Imposto de Renda, porém em escala ampliada. Nesse cenário, o investimento em tecnologia e na capacitação de equipes torna-se essencial para garantir eficiência e conformidade.

A pesquisa mostra que tecnologia e parceiros especializados serão fatores decisivos no processo de transição. Cerca de 66% das empresas afirmaram ter dificuldade em ajustar documentos fiscais eletrônicos às novas regras do IBS, CBS e IS — tributos que substituirão o ICMS, ISS, PIS e Cofins. A mudança afetará não apenas o setor fiscal, mas também os sistemas de gestão empresarial (ERP), compras, vendas e logística.

Consultorias e apoio técnico

A transição também está impulsionando o mercado de consultorias. Quase 28% das empresas já contrataram assessorias especializadas para medir o impacto da reforma em preços e contratos, enquanto mais da metade busca suporte externo para compreender as novas normas. A Thomson Reuters aponta que essa estratégia tende a se tornar um diferencial competitivo.

O principal desafio agora é o tempo. Em 2026, as empresas deverão começar a emitir notas fiscais e cumprir obrigações acessórias sob o novo modelo — ainda com alíquota simbólica de 1%. A partir de 2027, o sistema entra em funcionamento integral.

Quem ainda não começou a se preparar vai ter que correr. A reforma tributária vai exigir que áreas antes separadas — como fiscal, contábil, vendas e tecnologia — passem a trabalhar de forma integrada. O novo modelo digital vai trazer mais transparência, mas também vai cobrar eficiência e automação para evitar erros e penalidades.

Fim dos incentivos

Outro ponto sensível é o fim progressivo dos incentivos fiscais, como os do ICMS, que serão extintos até 2032. Com isso, a competitividade deixará de depender de benefícios regionais e passará a se basear em eficiência operacional, compliance e inovação tecnológica.

O estudo revela que 38% das empresas enxergam o impacto mais forte na substituição de tributos e 46% na gestão de créditos e incentivos.

Mais do que uma mudança de impostos, a reforma representa uma virada estrutural na forma de operar e planejar negócios no Brasil — digital, integrada e cada vez mais orientada por dados.

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