ENERGIA RENOVÁVEL
ArcelorMittal e Casa dos Ventos aceleram projeto eólico-solar de R$ 5 bi na Bahia
Por Redação - Em 24/11/2025 às 4:38 PM

O conjunto de usinas, que combina fontes eólicas e solares, soma mais de 750 megawatts de capacidade instalada e concentra investimentos superiores a R$ 5 bilhões
A joint venture formada pela ArcelorMittal e pela Casa dos Ventos colocou em operação antes do previsto seu complexo híbrido de geração renovável na Bahia. O conjunto de usinas, que combina fontes eólicas e solares, soma mais de 750 megawatts (MW) de capacidade instalada e concentra investimentos superiores a R$ 5 bilhões.
O parque eólico Babilônia Centro, principal ativo do empreendimento, entrou em operação comercial meses antes da data planejada. Previsto para começar a gerar energia apenas no fim de 2025, o complexo de 550 MW está funcionando desde o meio deste ano. Segundo o presidente-executivo da ArcelorMittal Aços Longos América Latina, Everton Negresiolo, a antecipação trouxe ganhos financeiros imediatos, embora os valores não tenham sido detalhados.
No mesmo local, a usina solar de 200 MW iniciou a fase de testes e deve estar totalmente operacional até dezembro, também adiantando o cronograma inicial. Juntas, as unidades devem entregar mais de 310 MW médios (MWmed) de energia destinados à ArcelorMittal, no que a Casa dos Ventos classifica como o maior acordo corporativo de compra e venda de energia do País.
Ao contrário do modelo predominante de autoprodução, em que o investidor assume menor exposição aos riscos de construção, as duas empresas dividiram o projeto desde o início das obras. A ArcelorMittal detém 55% da joint venture e firmou contrato de 20 anos para garantir fornecimento competitivo e renovável às suas operações.
Com esse bloco de energia, a siderúrgica projeta suprir mais de 40% de sua demanda elétrica no Brasil até 2030. A companhia estima evitar a emissão de cerca de 204 mil toneladas de CO₂ por ano e reforça a meta de consumir apenas energia renovável até o fim da década, além de alcançar neutralidade de carbono em 2050.
Expansão da carteira de geração
Além da parceria com a Casa dos Ventos, a ArcelorMittal possui outro projeto de autoprodução em andamento com a Atlas Renewable Energy. Localizada em Minas Gerais, a usina solar de 269 MW — investimento de quase R$ 900 milhões — adicionará cerca de 74 MW médios ao portfólio quando entrar em operação, prevista para ocorrer entre o final deste ano e o início de 2026.
Com esses empreendimentos, a empresa calcula atingir 65% de autoprodução considerando a demanda estimada para 2030. A siderúrgica já opera ainda uma pequena hidrelétrica em Minas e utiliza energia recuperada de gases dos altos-fornos.
Novos aportes, porém, estão temporariamente suspensos. Negresiolo cita as incertezas trazidas pela Medida Provisória 1.304/2025, que revisa aspectos do marco regulatório do setor elétrico, e o aumento dos cortes de geração renovável (curtailment), que no caso do complexo Babilônia têm superado as projeções iniciais.
Salto de capacidade
Com a entrega do complexo baiano, a Casa dos Ventos alcança 3 gigawatts (GW) de potência instalada no Brasil. A companhia tem 1,2 GW em construção para entrar em operação em 2026 e prepara decisões de investimento para mais 2,1 GW até o fim do ano, em projetos que devem iniciar operação em 2027.
Se confirmados, os novos empreendimentos praticamente dobrarão o tamanho da empresa, que poderá chegar a 6,5 GW de capacidade instalada.
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