Hoje, esse público já movimenta 24% dos gastos e deve saltar de R$ 1,8 trilhão para R$ 3,8 trilhões em valores atualizados Foto: Freepik

Com a população brasileira envelhecendo mais rápido do que o previsto, o protagonismo da chamada geração prateada tende a se consolidar nas próximas duas décadas. Um estudo inédito da consultoria Data8, divulgado em primeira mão pelo Valor Econômico, projeta que pessoas com 50 anos ou mais representarão 35% de todo o consumo das famílias no Brasil em 2044. Hoje, esse público já movimenta 24% dos gastos e deve saltar de R$ 1,8 trilhão para R$ 3,8 trilhões em valores atualizados.

“Fala-se muito sobre o potencial da economia prateada, mas até agora não tínhamos um número claro da sua dimensão. O estudo permite enxergar a força desse segmento e o impacto direto na economia”, afirma Lívia Hollerbach, consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o tema na América Latina e uma das coordenadoras da pesquisa.

Saúde em alta

A análise mostra que, além de consumidores ativos, os 50+ são também provedores relevantes da renda familiar — um papel que se intensifica em contextos de informalidade no mercado de trabalho.

O levantamento também revela mudanças na estrutura de gastos com o avanço da idade: saúde e habitação ganham peso, enquanto itens como transporte, vestuário e lazer tendem a perder espaço no orçamento.

Um mercado a ser disputado

Segundo Hollerbach, é hora de rever o olhar sobre esse público, cada vez mais numeroso e economicamente influente. “Precisamos entender a população 50+ como sujeitos ativos da economia e pilares financeiros das famílias. Enxergar isso com clareza é o primeiro passo para destravar oportunidades — tanto no setor público quanto no privado.”