TARIFAS
Audiência nos EUA sobre comércio com o Brasil divide empresas americanas
Por Redação - Em 19/08/2025 às 11:22 AM

Algumas associações defendem a imposição de tarifas como resposta a supostas distorções causadas por políticas brasileiras, enquanto outras alertam para prejuízos que tais medidas podem gerar para segmentos estratégicos da economia dos Estados Unidos
Empresas e entidades dos Estados Unidos e do Brasil demonstraram forte interesse em participar da audiência agendada para o dia 3 de setembro, em Washington, no contexto da investigação do governo Donald Trump sobre possíveis práticas comerciais desleais por parte do Brasil. A sessão, realizada sob a Seção 301 da legislação comercial americana, recebeu mais de 40 solicitações de participação presencial, além de contribuições escritas enviadas até esta segunda-feira.
As manifestações revelam posições distintas dentro do próprio setor empresarial americano. Algumas associações defendem a imposição de tarifas como resposta a supostas distorções causadas por políticas brasileiras, enquanto outras alertam para prejuízos que tais medidas podem gerar para segmentos estratégicos da economia dos Estados Unidos. A investigação abrange temas como barreiras comerciais, regras para o comércio digital, questões ambientais e de propriedade intelectual.
Entre os que defendem sanções estão o National Cotton Council, que aponta crescimento das exportações de algodão brasileiro e alega que incentivos internos afetam negativamente os produtores americanos, além de trazerem riscos ambientais. Já a Renewable Fuels Association critica barreiras que dificultariam a entrada do etanol norte-americano no mercado brasileiro, considerando-as práticas comerciais injustas.
Na direção oposta, a National Coffee Association argumenta que o Brasil é insubstituível como fornecedor global e que restrições tarifárias prejudicariam diretamente a indústria americana de torrefação. A US Chamber of Commerce também se posiciona contra a adoção de medidas punitivas, classificando o Brasil como um parceiro econômico relevante para empresas de todos os portes e setores nos Estados Unidos.
O processo conduzido pelo USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA) tem potencial para embasar novas tarifas contra produtos brasileiros. Além das barreiras ao etanol, a investigação examina concessões tarifárias, práticas anticorrupção, o tratamento dado à propriedade intelectual, comércio eletrônico e o desmatamento. A audiência presencial deve reunir representantes de ambos os países com argumentos divergentes sobre o futuro das relações comerciais bilaterais.
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