A ABPA também destacou que as exportações de ovos têm um efeito quase nulo na oferta interna FOTO: Freepik

Nas últimas semanas, o preço do ovo tem registrado altas tanto no atacado quanto no varejo, o que tem chamado a atenção dos consumidores. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) explicou que o aumento é sazonal, impulsionado pela maior demanda durante a Quaresma, quando muitos substituem o consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e ovos. A expectativa, no entanto, é de que os preços sigam pressionados nos próximos meses, retornando ao padrão habitual após o término do período religioso, que neste ano ocorre em 17 de abril.

De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação dos preços de aves e ovos foi de 1,69% em janeiro, acumulando uma alta de 7,84% nos últimos 12 meses. No atacado, a elevação foi ainda mais acentuada, com um aumento de 40% registrado na semana passada, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

A ABPA afirmou que o movimento é natural para o período, mas alertou para a preocupação com o aumento sucessivo dos preços. A Abras também reforçou que a oferta restrita de ovos, somada à alta nos preços, tem gerado dificuldades para os supermercados, que buscam atender à demanda sazonal.

Outro fator que tem contribuído para o encarecimento do produto é o aumento no custo de produção. Nos últimos oito meses, o preço do milho subiu 30%, enquanto os gastos com insumos de embalagens mais que dobraram. Além disso, a onda de calor que atinge diversas regiões do Brasil, com temperaturas elevadas e prolongadas, tem impactado a produtividade das aves, o que afeta a oferta de ovos.

A ABPA também destacou que as exportações de ovos têm um efeito quase nulo na oferta interna, representando menos de 1% da produção nacional, o que garante que a maior parte da produção seja consumida internamente.

A alta no preço do ovo também reflete o encarecimento de outras proteínas, como as carnes, que já haviam sido responsáveis por um aumento significativo na inflação de alimentos em 2024, com avanço acumulado de 20,84%. A inflação das carnes continuou a pressionar em janeiro, com um aumento de 0,36% no mês e de 21,17% no acumulado de 12 meses.

A tendência de aumento no preço dos ovos deve continuar sendo observada nos próximos meses, com a expectativa de que os preços se estabilizem após o fim da Quaresma.