Ajuste Operacional

Azul revê rotas e reduz voos em seis cidades do Nordeste

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 04/06/2025 às 11:46 AM

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Estão na lista Natal (RN), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Aracaju (SE), Fernando de Noronha (PE) e a própria capital pernambucana Foto: Divulgação

A malha aérea no Nordeste começa a sentir os efeitos da reestruturação da Azul Linhas Aéreas. A companhia iniciou, neste mês de junho, um corte relevante na oferta de voos a partir de seu principal hub na região, o Aeroporto de Recife. Seis cidades nordestinas já enfrentam reduções, conforme levantamento do Diário do Nordeste com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Estão na lista Natal (RN), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Aracaju (SE), Fernando de Noronha (PE) e a própria capital pernambucana. No total, são 138 partidas a menos de Recife para esses destinos em relação ao mês anterior — uma queda de mais de 9 mil assentos.

Os dados da Anac mostram que o número de partidas caiu de 414 para 276 entre maio e junho. Noronha, por exemplo, tinha média de quatro voos diários; agora, são cerca de 2,6. O trecho entre Recife e Natal já registrou tarifas superiores a R$ 4 mil em buscadores.

Processo de reestruturação

A movimentação acontece após a Azul iniciar um processo de reestruturação de dívidas nos Estados Unidos sob o Capítulo 11 da lei americana de falências. A medida prevê a devolução de cerca de 35% da frota, o que pode atingir principalmente rotas operadas com os turboélices ATR 72-600, usados nos trajetos nordestinos.

Além da malha regional, há redução também nas conexões de Fortaleza, que registra um dos menores volumes de operações da Azul em sua história. Em Recife, a expectativa é de queda de 17% no número de partidas e 5% na oferta de assentos entre maio e outubro, na comparação com igual período anterior.

Mais ajustes à vista

A reconfiguração da frota também passa por rotas internacionais. A Azul tem recorrido a aeronaves de empresas estrangeiras, como a portuguesa Euroatlantic, para seguir operando destinos como Porto e Madri — movimento que sugere a devolução de aviões de maior porte.

Outras regiões do país já começam a sentir os reflexos: rotas de Campinas (SP), principal centro de distribuição da companhia, para cidades como Alta Floresta (MT) e Santa Maria (RS) aparecem sem previsão de operação a partir de agosto.

A expectativa é que a malha da Azul siga em ajuste ao longo do segundo semestre, com impacto direto nas regiões onde a companhia tinha presença mais robusta — especialmente no Nordeste.

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