Prioridades para 2025
Banco Central define medidas para ampliar acesso ao crédito
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 16/04/2025 às 7:00 AM

Novos serviços ligados ao Open Finance, Pix como garantia de empréstimos e novas fontes para o financiamento imobiliário estão entre as prioridades do BC Foto: Freepik
O Banco Central (BC) delineou uma série de iniciativas estratégicas com vistas a aprimorar o mercado de crédito no país. A agenda, que orientará as ações da autoridade monetária em 2025, inclui avanços no Open Finance, uso do Pix como garantia de empréstimos, fortalecimento das duplicatas escriturais e novas alternativas de funding para o financiamento imobiliário. O conjunto de medidas busca ampliar o acesso a crédito com melhor qualidade e menor risco.
Os temas foram apresentados na segunda-feira (14) por Rogério Lucca, secretário-executivo do BC, durante transmissão da Live do BC, realizada pelo canal oficial da instituição no YouTube. Segundo ele, as propostas ainda estão em diferentes estágios de desenvolvimento, com algumas próximas de serem implementadas e outras em fase inicial de estudos.
Open Finance e portabilidade
Entre as frentes em discussão está a ampliação dos serviços do Open Finance, com foco na portabilidade de crédito e na criação de um ambiente que permita que micro e pequenas empresas — incluindo microempreendedores individuais (MEIs) — compartilhem dados padronizados com instituições financeiras. A proposta visa facilitar a análise de risco e ampliar a oferta de crédito a esse público.
Outro projeto mencionado prevê a estruturação de uma plataforma que permita a comparação de ofertas de crédito por parte dos clientes, promovendo maior concorrência entre instituições e transparência nas condições.
Pix como instrumento de crédito
Na vertente do Pix, o BC estuda novas funcionalidades com potencial de impacto direto na oferta de crédito. O Pix Parcelado, anunciado em 2023 com lançamento previsto para setembro, é um dos destaques. Também estão em desenvolvimento o Pix como garantia de operações de crédito e o Pix Automático, que tem lançamento agendado para junho.
Além disso, a autarquia trabalha no aprimoramento do Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado para tratar fraudes e erros em transações via Pix. O objetivo é tornar o instrumento mais eficiente na recuperação de valores.
Crédito imobiliário e funding alternativo
Com a persistente saída líquida de recursos da poupança — que em 2024 registrou saldo negativo de R$ 15,5 bilhões —, o BC tem debatido com o governo e agentes de mercado a criação de novas fontes de financiamento para o crédito imobiliário. A caderneta, historicamente, é a principal origem dos recursos para essa modalidade.
Para o regulador, a migração de recursos da poupança para ativos mais rentáveis é reflexo de maior sofisticação financeira da população e da transformação nos modelos de negócios do setor.
Duplicatas e ativos digitais
A agenda para este ano também reserva atenção às duplicatas escriturais. A proposta é ampliar o uso desses recebíveis digitais no sistema financeiro, com vistas a aumentar a transparência e reduzir o custo do crédito, especialmente para pequenas e médias empresas.
Por fim, o BC reforça seu compromisso com a digitalização da economia ao avançar no desenvolvimento do Drex, o real digital, e da infraestrutura de tokenização de ativos. A expectativa é que essas tecnologias contribuam para a modernização do sistema financeiro e para uma alocação mais eficiente do crédito.
“O foco é melhorar a qualidade das operações e reduzir o risco, garantindo que tanto pessoas físicas quanto empresas tenham acesso a crédito mais adequado às suas necessidades”, afirmou Rogério Lucca.
Mais notícias
ALTA PERFORMANCE




























