impacto socioambiental

Banco do Brasil e Natura firmam convênio de R$ 50 milhões para projetos agroflorestais na Amazônia

Por Redação - Em 26/09/2025 às 1:23 PM

Edifício Sede Do Banco Do Brasil, Em Brasília.

Segundo o vice-presidente do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, o sistema agroflorestal pode elevar em até 40% a renda de agricultores familiares em comparação ao monocultivo

O Banco do Brasil e a Natura oficializaram nesta semana, em Nova York, um convênio de R$ 50 milhões destinado ao financiamento de projetos de impacto socioambiental na região Norte do país. A iniciativa tem como meta recuperar 12 mil hectares de floresta por meio da expansão dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), com potencial de alavancar até R$ 2 bilhões em crédito.

O projeto busca ampliar práticas inovadoras na produção de óleo de palma, insumo usado em alimentos, cosméticos, higiene pessoal e biocombustíveis. A proposta é alinhar conservação ambiental à geração de renda para agricultores familiares, com foco na região de Tomé-Açu (PA), onde já existe o Projeto SAF Dendê, desenvolvido desde 2008 pela Natura em parceria com a Embrapa e a CAMTA.

Esse modelo de cultivo integrado combina dendezeiros com culturas como cacau, açaí, mandioca e pimenta, promovendo reflorestamento de áreas degradadas, maior produtividade, resiliência climática e melhoria do solo. Estudos da Embrapa apontam que o manejo agroecológico é crucial para reduzir emissões de gases de efeito estufa na cadeia do dendê.

Benefícios sociais e econômicos

Segundo o vice-presidente do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, o sistema agroflorestal pode elevar em até 40% a renda de agricultores familiares em comparação ao monocultivo, além de fortalecer a segurança alimentar e valorizar o trabalho de jovens e mulheres no campo. Ele destacou ainda o potencial dos SAFs para sequestro de carbono e replicabilidade como modelo de sociobioeconomia.

A Natura reforça que a busca por alternativas regenerativas é estratégica diante do impacto ambiental associado à produção global de óleo de palma. De acordo com Angela Pinhati, diretora de sustentabilidade da empresa, a meta de longo prazo é utilizar 100% de óleo proveniente de práticas regenerativas, com a inclusão de mais agricultores e novos investimentos.

Alcance do projeto

O convênio facilitará o acesso dos produtores ao crédito, apoiando o custeio do ciclo produtivo, a recuperação de áreas e a compra de equipamentos. O programa também prevê assistência técnica especializada para orientar os agricultores na tomada de decisão.

A expectativa é beneficiar 46 comunidades ligadas à cadeia produtiva da Natura, alcançando mais de 10 mil famílias na Amazônia Legal.

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