RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Banco do Nordeste amplia os incentivos para tecnologias limpas usadas no campo
Por Marcelo Cabral - Em 28/11/2025 às 6:29 PM
Produtores rurais que investem em práticas sustentáveis – como recuperação de áreas degradadas, fixação biológica de nitrogênio e sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) – podem obter redução de até dois pontos percentuais nas taxas de juros dos financiamentos concedidos pelo Banco do Nordeste (BNB). A política, conforme explica Rubens Soares, superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do banco, tem como propósito acelerar a transição para modelos produtivos ambientalmente responsáveis, preservando recursos naturais ao mesmo tempo em que amplia o valor agregado da produção regional.

Rubens Soares participou de evento relevante realizado em São Paulo Foto: Divulgação
As informações foram apresentadas em São Paulo, durante o Summit Agro 2025, evento que reúne produtores, pesquisadores, representantes do governo e executivos da agroindústria para discutir tendências e caminhos estratégicos do setor no Brasil.
Segundo o executivo, as taxas de juros variam conforme as características de cada operação, mas a linha FNE Verde ABC – voltada exclusivamente para projetos de Agricultura de Baixo Carbono – oferece condições ainda mais vantajosas. “Por essa linha, quem utiliza a integração lavoura-pecuária-floresta, por exemplo, já tem uma taxa de juros menor. Então, o produtor percebe que, para ele, é adequado trabalhar com essa técnica de integração, assim como realizar fixação de nitrogênio no solo e recuperar áreas degradadas. Ele percebe que esse negócio sustentável traz mais resultados”, afirma.
Novo momento para o agronegócio
O executivo observa que os estímulos concedidos pelo BNB já começam a transformar a dinâmica produtiva da região. “De 2024 para cá, foram financiadas três usinas de etanol à base de milho na região. A área de fronteira do Maranhão, Piauí e Bahia é grande produtora de grãos. Antes, essa produção era exportada ‘in natura’ ou vendida para alimentação animal, que são atividades importantes, mas hoje o produtor está agregando valor com a transformação do grão em biocombustível na própria região”, destaca.
O superintendente ressalta ainda que a promoção de boas práticas envolve tanto o campo quanto os processos internos do próprio banco. A análise de financiamentos para o agronegócio passa por uma triagem automatizada de 28 parâmetros socioambientais, que condicionam a aprovação das operações. “O produtor rural que não cumpre requisitos mínimos de compliance sequer consegue parceiro para fornecer recursos”, observa.
No incentivo à modernização tecnológica, Rubens cita iniciativas que reduzem impactos ambientais e impulsionam a produtividade, como a substituição de tratores por drones na aplicação de defensivos, a instalação de aviários de pressão negativa e o uso de sistemas de irrigação de precisão. Com essas medidas, o BNB reforça sua estratégia de fomentar um agronegócio mais competitivo, eficiente e ambientalmente responsável – alinhado às exigências contemporâneas de mercado e à sustentabilidade de longo prazo.
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