CRÉDITO

Bancos estruturam empréstimo de R$ 12 bilhões para os Correios

Por Redação - Em 13/12/2025 às 12:01 AM

Correios, Sedex Foto Agência Brasil

De janeiro a setembro deste ano, os Correios acumularam prejuízo de R$ 6,05 bilhões. Desde 2022, as perdas somam cerca de R$ 10 bilhões FOTO: Agência Brasil

Um conjunto de cinco instituições financeiras fechou uma proposta para conceder um empréstimo de R$ 12 bilhões aos Correios. A estatal ainda aguarda o envio da documentação final.

A operação reúne Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander e dependerá da análise do Tesouro Nacional, que deverá atuar como avalista do crédito.

A busca por financiamento ocorre em meio ao agravamento da situação financeira da empresa. De janeiro a setembro deste ano, os Correios acumularam prejuízo de R$ 6,05 bilhões. Desde 2022, as perdas somam cerca de R$ 10 bilhões.

As negociações avançaram após a entrada da Caixa no grupo de bancos dispostos a participar do empréstimo. No início do mês, o Tesouro havia rejeitado uma proposta anterior, de R$ 20 bilhões, após as instituições cobrarem juros equivalentes a 136% do CDI, acima do limite de 120% estabelecido pelo Comitê de Garantias do órgão.

Com os recursos, a estatal pretende quitar uma dívida de R$ 1,8 bilhão, regularizar pagamentos a fornecedores, financiar um programa de desligamento voluntário e realizar investimentos voltados à retomada de participação no mercado de encomendas e à criação de novas fontes de receita.

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as tratativas estavam em estágio avançado e admitiu a possibilidade de um aporte do governo federal, desde que respeitadas as regras do arcabouço fiscal. Segundo ele, a preservação de serviços essenciais passa pela diversificação das atividades das estatais, com oferta de serviços além do postal tradicional.

Em meio à crise, o governo editou um decreto que permite a estatais não dependentes do Tesouro apresentarem planos de reequilíbrio econômico-financeiro, inclusive com previsão de eventual aporte futuro. De acordo com o Ministério da Gestão, o mecanismo cria um caminho estruturado para enfrentar dificuldades conjunturais sem a reclassificação imediata dessas empresas como dependentes do Tesouro.

Para voltar ao lucro a partir de 2027, os Correios terão de implementar um ajuste estimado entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões por ano, combinando redução de despesas e ampliação de receitas. O desafio inclui a economia prevista de R$ 1,4 bilhão com o programa de desligamento voluntário que pode alcançar até 15 mil empregados.

Também como parte do esforço de contenção de gastos, a estatal adiou para 2027 a contratação dos aprovados no concurso realizado em 2024.

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