O investimento de Buffett na BYD se tornou um dos mais rentáveis de sua trajetória recente

A Berkshire Hathaway, holding de investimentos do empresário Warren Buffett, zerou sua participação acionária na BYD, maior montadora da China e uma das líderes globais em veículos eletrificados. A movimentação marcou o fim de um ciclo iniciado em 2008 e provocou reação imediata no mercado financeiro asiático.

Na abertura da Bolsa de Hong Kong, os papéis da montadora recuaram 3,6%, em um movimento que refletiu a sensibilidade dos investidores diante da saída de um de seus principais acionistas históricos. Ao longo do pregão, parte das perdas foi reduzida, mas o desempenho permaneceu pressionado.

Documentos regulatórios divulgados no fim de março confirmaram que a Berkshire deixou de deter qualquer participação na companhia. O grupo vinha diminuindo sua posição desde 2022 e, no ano passado, já havia reduzido sua fatia para menos de 5%, o que dispensava a divulgação obrigatória de novas vendas.

O investimento de Buffett na BYD se tornou um dos mais rentáveis de sua trajetória recente. Ao longo de quase duas décadas, a valorização acumulada dos papéis ultrapassou 4.500%, impulsionada pela transformação da empresa de fornecedora de baterias em potência global do setor automotivo elétrico.

Apesar do histórico positivo, as ações da BYD vêm sofrendo nos últimos meses, com queda aproximada de 30% em relação ao pico recente. O recuo reflete a intensificação da concorrência e a guerra de preços no mercado chinês de veículos elétricos, hoje o mais competitivo do mundo.

Com a saída definitiva da Berkshire, a montadora inicia uma nova etapa, sob maior escrutínio do mercado, que acompanha sua capacidade de manter crescimento e rentabilidade em um cenário cada vez mais desafiador para o setor.