O comércio eletrônico brasileiro encerrou a Black Friday 2025 com um desempenho expressivo: R$ 4,76 bilhões em faturamento, alta de 11,2% em relação ao ano anterior. O montante supera em meio bilhão de reais o resultado de 2024, quando o setor movimentou R$ 4,27 bilhões. A análise considera o volume de vendas realizadas entre zero hora e 23h59 desta sexta-feira (28), comparado ao desempenho da Black Friday de 29 de novembro do ano passado.

Black Friday 2025 registrou uma volume de vendas 11,2% superior ao registrado no ano passado

As categorias que lideraram as vendas foram TVs (R$ 443,2 milhões), smartphones (R$ 388,7 milhões) e geladeiras e refrigeradores (R$ 273,2 milhões). Entre os produtos com maior destaque em faturamento figuram o ar-condicionado split Samsung de 12 mil BTUs, o iPhone 16 de 128 GB e a Smart TV de 70 polegadas da Samsung, respectivamente. Os dados são da plataforma Black Friday Hora Hora, da Confi Neotrust, empresa especializada em inteligência de mercado.

Itens voltados para o lar também registraram forte desempenho. Juntas, as vendas de geladeiras, máquinas de lavar e aparelhos de ar-condicionado ultrapassaram a marca de R$ 500 milhões. O número de pedidos concluídos cresceu 28%, alcançando 8,69 milhões de transações, ante 6,74 milhões em 2024. O tíquete médio, porém, recuou 12,8%, caindo de R$ 634,40 para R$ 553,60.

Segundo Léo Homrich Bicalho, Head de Negócios da Confi Neotrust, o comportamento do consumidor ao longo da semana indica uma mudança estratégica no processo de compra. O tíquete médio saltou de R$ 325,00 na segunda-feira (24) para R$ 553,60 ontem. “Esse crescimento indica a migração decisiva do consumo para itens de alto valor. Mesmo nesse cenário, a categoria de calçados manteve-se firme no Top 4, com faturamento de R$ 202 milhões”, afirma.

Reultado pior apenas que 2021

Na comparação com a Black Friday de 2023, quando o e-commerce movimentou R$ 3,95 bilhões, o crescimento chega a 20%. Em relação à última sexta-feira de novembro de 2022, o aumento é de 11,6%. No recorte histórico recente, apenas a Black Friday de 2021 – impulsionada pelas condições atípicas da pandemia – superou o resultado deste ano, com faturamento de R$ 5,13 bi.

Para Léo Bicalho, a Black Friday 2025 consolida um novo patamar para o varejo digital. “A antecipação das compras ao longo de novembro permitiu ao consumidor distribuir seu orçamento de forma mais inteligente: garantindo itens de recorrência e moda ao longo da semana, e reservando o capital principal para a ‘compra de desejo’ – TVs e linha branca – na sexta-feira oficial. Se 2021 representou um pico anômalo, devido ao isolamento, 2025 estabelece um marco de consistência e maturidade para o e-commerce em tempos de normalidade”, conclui.