Dois fatores devem sustentar o avanço nas vendas: o dólar mais barato e o mercado de trabalho aquecido FOTO: Agência Brasil

As vendas da Black Friday de 2025 devem alcançar R$ 5,4 bilhões, segundo estimativas divulgadas nesta quarta-feira (19) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Se confirmado, será o maior volume já registrado desde o início da série histórica, em 2010, representando alta de 2,4% em relação a 2024.

A CNC aponta que o endividamento elevado, a inadimplência persistente e o crédito mais caro continuam limitando uma expansão mais robusta. Ainda assim, dois fatores devem sustentar o avanço nas vendas: o dólar mais barato e o mercado de trabalho aquecido.

Nos últimos 12 meses, a taxa média de câmbio caiu 8,3%, e o dólar permanece abaixo de R$ 5,30, reforçando o poder de compra do consumidor. O cenário contrasta com novembro de 2024, quando a moeda americana girava em torno de R$ 5,80. Já a massa de rendimentos reais cresceu 5,5% no segundo trimestre deste ano, acompanhando o menor nível de desemprego já registrado pelo IBGE na série histórica.

Onde estarão as maiores vendas

Três segmentos devem concentrar 68% do faturamento total nesta Black Friday:

Hiper e supermercados: R$ 1,32 bilhão

Eletroeletrônicos e utilidades domésticas: R$ 1,24 bilhão

Móveis e eletrodomésticos: R$ 1,15 bilhão

Vestuário e acessórios: R$ 0,95 bilhão

Farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 0,38 bilhão

A Black Friday já é a quinta data mais relevante para o varejo brasileiro, atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.

Potencial de descontos

A CNC monitorou preços de 150 itens de 30 categorias durante os 40 dias que antecedem o evento. O levantamento aponta que 70% das linhas de produtos têm margem para oferecer reduções efetivas de preços. Entre as maiores quedas observadas no período estão:

Papelaria: –10,14%

Livros: –9,02%

Joias e bijuterias: –9,01%

Perfumaria: –8,20%

Utilidades domésticas: –8,18%

Higiene pessoal: –8,11%