Em 2024, o mês da Black Friday ficou apenas 0,7 ponto porcentual atrás do Natal

A influência da Black Friday no varejo paulista se fortaleceu mais uma vez. Dados da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP) mostram que novembro já é o segundo mês mais lucrativo do setor, atrás apenas de dezembro, reforçando o impacto da data no calendário comercial.

Em 2024, 9,1% de todo o faturamento anual do varejo do Estado foi registrado em novembro — desempenho que só perde para o recorde de 2020 (9,6%). Em 2008, antes de a Black Friday ser incorporada pelo comércio local, o mês respondia por 7,9% do total.

A adoção brasileira da Black Friday, a partir de 2010, mudou o cenário de forma consistente. Naquele período, novembro era apenas o sexto mês mais relevante para as vendas em São Paulo. Em 2012, dois anos após a chegada oficial da data, já havia subido para a quarta posição, refletindo a rápida adesão dos consumidores às promoções.

A distância para dezembro, historicamente o líder de faturamento, também diminuiu. Em 2024, o mês da Black Friday ficou apenas 0,7 ponto porcentual atrás do Natal, o que indica uma possível disputa cada vez mais acirrada entre os dois períodos nos próximos anos.

Segundo a Fecomercio-SP, a Black Friday desempenha papel central na reorganização do consumo de itens de maior valor agregado, como eletrodomésticos e eletrônicos. “Muitos consumidores adiam a compra desses produtos para aproveitar as ofertas do período, o que desloca parte importante do faturamento desses segmentos”, explica Thiago Carvalho, assessor econômico da entidade.

Com o avanço das promoções em novembro e o fortalecimento do hábito de pesquisa de preços, o varejo paulista vive um novo equilíbrio sazonal — no qual a Black Friday já se tornou protagonista.