Paulo Câmara, presidente do BNB, durante o evento Cop 30 – O que o Brasil deve entregar para o mundo em Belém Foto: Felipe Martins/BNB

Na corrida global por modelos econômicos mais sustentáveis, o Banco do Nordeste (BNB) apresentou nesta segunda-feira (26), em São Paulo, seu posicionamento diante da pauta climática internacional. Durante o evento “COP 30 – O que o Brasil deve entregar para o mundo em Belém”, promovido pelo Grupo Veja, o presidente da instituição, Paulo Câmara, destacou os R$ 7,8 bilhões previstos para operações de crédito verde em 2025, por meio do Programa FNE Verde.

O anúncio se insere no contexto preparatório da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será sediada em Belém, no Pará, neste ano. Para Câmara, o financiamento à transição ecológica precisa estar enraizado nas decisões de fomento econômico, especialmente em uma região como o Nordeste, que já desponta como polo estratégico para energias limpas.

Crédito sustentável como vetor de competitividade

O Programa FNE Verde é operado com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste e contempla clientes de diversos portes, das áreas urbanas ao meio rural, incluindo ainda setores de infraestrutura.

“Todos os projetos financiados pelo BNB precisam atender a critérios rigorosos de preservação ambiental, seja no crédito destinado ao agronegócio, à indústria ou aos setores do comércio e de serviços”, afirmou Câmara. “O Banco atua com muita atenção à produção sustentável, uma grande exigência do mercado global.”

Com uma rede de 297 agências distribuídas pelos nove estados nordestinos, além de parte de Minas Gerais e do Espírito Santo, o BNB oferece linhas de crédito específicas para projetos de descarbonização industrial, hidrogênio verde, eficiência energética, energia renovável, saneamento básico, agricultura de baixo carbono e recuperação de áreas degradadas.

Nordeste na vanguarda da transição energética

A apresentação reforçou o protagonismo do BNB no financiamento de iniciativas que alinham desempenho econômico e responsabilidade ambiental. Segundo o presidente, a instituição é guiada por uma Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC), que norteia as práticas de crédito e relacionamento com os diversos públicos da instituição.

“A Região Nordeste é a que tem o maior conjunto de ações voltadas para a produção de energia limpa. Esse é um diferencial competitivo importante, e o BNB tem um papel fundamental no fortalecimento dessa característica”, concluiu.

A fala de Câmara acontece em um momento em que o setor produtivo brasileiro é desafiado a alinhar suas operações às demandas da nova economia verde — e o crédito sustentável aparece como um dos pilares dessa transformação.