Ministro do Turismo, Celso Sabino  Foto: Agência Brasil

O Brasil celebra nesta quarta-feira (8) o Dia Nacional do Turismo em meio a uma série de recordes históricos que colocam o setor como um dos motores da economia em 2025. Entre janeiro e março, o país recebeu 3,7 milhões de turistas internacionais — alta de quase 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Os gastos desses visitantes somaram US$ 2,4 bilhões, o maior valor já registrado para um primeiro trimestre desde o início da série histórica, em 1970.

O turismo doméstico também segue aquecido: foram 23,7 milhões de embarques em voos nacionais nos três primeiros meses do ano, um avanço de 6% na comparação anual. Apenas em fevereiro, o setor movimentou R$ 16,5 bilhões em faturamento, segundo a Fecomércio SP — o maior montante já alcançado no mês.

Estímulos e investimentos impulsionam o mercado

Em entrevista à Agência de Notícias do Turismo, o ministro Celso Sabino atribuiu os resultados à recuperação do mercado de trabalho e a estímulos implementados pelo governo federal. Programas como o “Conheça o Brasil: Voando” — que ampliou a malha aérea e oferece benefícios como descontos para professores e mulheres que viajam sozinhas — vêm impulsionando o turismo interno.

“O desemprego em queda permite que mais brasileiros viajem. Ao mesmo tempo, ampliamos a conectividade aérea internacional e melhoramos a imagem do Brasil no exterior, o que favorece a vinda de turistas estrangeiros”, afirmou o ministro.

Os bons números têm atraído o olhar de investidores: desde 2023, o turismo nacional já acumulou US$ 617 milhões em investimentos estrangeiros diretos, segundo o Banco Central. E os impactos se refletem também no mercado de trabalho. Apenas no primeiro trimestre, o setor gerou 62,4 mil novos empregos formais, acumulando 467,4 mil postos desde o ano passado.

Protagonismo internacional e sustentabilidade

Sabino também destacou o papel do governo na estruturação da infraestrutura turística do país. De acordo com ele, há cerca de 1,9 mil contratos ativos com estados e municípios, totalizando R$ 3 bilhões em investimentos. O ministro ainda citou o Novo Fungeur — fundo que financia capital de giro para empreendedores do setor — como um instrumento chave para qualificar a oferta de serviços turísticos.

No cenário internacional, o Brasil se posiciona com protagonismo. O país abriga, no Rio de Janeiro, o primeiro escritório da ONU Turismo nas Américas e preside, neste ano, o Conselho Executivo da organização. Iniciativas como a marca “Visit South America” e a COP30, que será realizada em Belém, são vistas como oportunidades estratégicas para consolidar o turismo como vetor de desenvolvimento sustentável e inclusão.

“Estamos construindo um modelo de turismo que combina crescimento com responsabilidade social, valorização de culturas locais e preservação ambiental. A COP30 será uma vitrine global para essa visão”, concluiu o ministro.