Segundo o texto, assinado pelo jornalista Jack Nicas, a Casa Branca chegou a enviar uma carta formal ao presidente Lula pedindo que as acusações fossem retiradas

O The New York Times avaliou que o recuo de Donald Trump diante da prisão de Jair Bolsonaro expôs a fragilidade da pressão tarifária que o presidente dos Estados Unidos tentou exercer sobre o Brasil nos últimos meses. A análise, publicada nesta segunda-feira (24), classifica a mudança de tom como uma “vitória do Brasil”.

O jornal destaca que Trump, que havia imposto tarifas ao Brasil como forma de pressionar o governo Lula a abandonar as acusações de tentativa de golpe contra Bolsonaro, limitou-se a dizer “que pena” quando questionado sobre a prisão do ex-presidente brasileiro no sábado (22). Para o The New York Times, a reação evidencia que a estratégia americana não surtiu efeito.

Segundo o texto, assinado pelo jornalista Jack Nicas, a Casa Branca chegou a enviar uma carta formal ao presidente Lula pedindo que as acusações fossem retiradas. As tarifas e a intervenção direta foram interpretadas pelo jornal como um movimento incomum de Trump para interferir em um dos julgamentos mais sensíveis da política brasileira em décadas.

O The New York Times afirma que, apesar das pressões, as instituições brasileiras mantiveram o curso do processo, ignorando a tentativa de influência externa. O recuo de Trump, segundo o jornal, mostra que sua ofensiva tarifária e diplomática teve impacto nulo sobre a condução do caso.

A análise também compara o destino dos dois aliados políticos. Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão pela trama golpista, enquanto Trump, absolvido no processo sobre a invasão ao Capitólio, ainda pode reverter penas impostas a seus apoiadores caso consolide sua volta ao poder.