Polos de irrigação

Brasil lança estratégia para irrigar o crescimento das economias locais

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 22/04/2025 às 10:00 AM

Polos Irrigados Foto Adalberto Marques Mdr

Os polos irrigados são considerados áreas estratégicas para a produção nacional Foto: Adalberto Marques/MDR

O Governo Federal deu início a um plano articulado para impulsionar a agricultura irrigada no Brasil. Com potencial para expandir em mais de cinco vezes a área irrigada atual — de 9,6 milhões para até 53,4 milhões de hectares —, o país mira o fortalecimento de polos produtivos por meio de uma integração estratégica entre os setores de energia e agropecuária.

Apresentada na última semana, a “Aliança pelo Desenvolvimento Energético dos Polos e Projetos de Irrigação do Brasil” reúne os ministérios de Minas e Energia (MME), Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e Agricultura e Pecuária (Mapa).

A proposta foi levada às distribuidoras de energia como uma plataforma para ampliar o acesso à infraestrutura elétrica em regiões de alto desempenho agrícola.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o fortalecimento da irrigação tem impacto direto na produtividade do agronegócio. “Expandir o acesso à energia estimula o desenvolvimento regional e a agroindústria, além de gerar emprego e renda”, afirmou.

Os polos irrigados são considerados áreas estratégicas para a produção nacional. Com tecnologia adequada, chegam a sustentar até três safras por ano e gerar 1,2 emprego por hectare irrigado.

Bases para a transformação regional

Entre as metas da Aliança está a flexibilização do fornecimento subsidiado de energia elétrica — via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) — para atender melhor às janelas de consumo agrícola, com mais eficiência na gestão da rede.

O plano também prevê a inclusão da demanda energética dos polos nos processos de expansão da Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN), garantindo previsibilidade ao crescimento do setor.

Além disso, está em análise a viabilidade de financiamento para redes trifásicas de distribuição, focadas no atendimento rural, sem comprometer o equilíbrio tarifário do setor elétrico.

Outro ponto em desenvolvimento é o estímulo à autoprodução de energia pelos produtores rurais, com apoio de mecanismos já existentes, como o Plano Safra. A intenção é reduzir custos operacionais, ampliar a autonomia energética e aumentar a resiliência das propriedades.

Ajustes no arcabouço jurídico

O pacote contempla ainda aprimoramentos regulatórios para incluir municípios de Minas Gerais e Espírito Santo no Polígono da Seca — movimento que pode ampliar o acesso a políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional.

A iniciativa se alinha às perspectivas de crescimento do agronegócio brasileiro, conectando infraestrutura, eficiência e políticas públicas em um modelo integrado de expansão produtiva.

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