O fluxo financeiro inclui operações como investimentos em ações, títulos públicos, empréstimos e financiamentos externos FOTO: Agência Brasil

O Brasil encerrou 2024 com uma saída líquida de US$ 18,014 bilhões. O resultado foi o terceiro pior da série histórica do Banco Central (BC), atrás apenas dos anos de 2019 e 2020. O principal fator para esse saldo negativo foi o fluxo financeiro, que registrou uma saída recorde de US$ 87,214 bilhões – o maior valor em 17 anos. Esse fluxo inclui operações como investimentos em ações, títulos públicos, empréstimos e financiamentos externos. As incertezas fiscais e a instabilidade política no Brasil, combinadas com o crescente interesse de investidores por mercados desenvolvidos, levaram à retirada substancial de recursos do país.

No entanto, o fluxo comercial apresentou um desempenho mais favorável, com uma entrada de US$ 69,2 bilhões em 2024. As exportações brasileiras, especialmente de commodities, desempenharam papel fundamental na compensação parcial da saída de dólares registrada no fluxo financeiro. Esse bom desempenho do setor exportador ajudou a equilibrar, em parte, o impacto da fuga de capitais no fluxo cambial.

Apesar do saldo negativo no total do fluxo cambial, o fluxo comercial positivo contribuiu para a balança de pagamentos do Brasil. A fuga de US$ 87,2 bilhões no fluxo financeiro, no entanto, destaca a fragilidade das transações financeiras internacionais e a influência das condições internas e externas sobre o cenário cambial brasileiro.