A indústria eólica brasileira viveu um crescimento recorde entre 2021 e 2023

O Brasil superou a Espanha e agora ocupa o quinto lugar no ranking de capacidade instalada de energia eólica onshore, conforme o Global Wind Report 2025, divulgado nessa quarta-feira (23). A capacidade total instalada do País chegou a 33,7 gigawatts (GW), com a adição de 3,27 GW no ano passado. O Brasil agora fica atrás apenas de China, Estados Unidos, Alemanha e Índia.

A indústria eólica brasileira viveu um crescimento recorde entre 2021 e 2023, impulsionado principalmente pelo mercado livre de energia, por meio de contratos privados de compra e venda de energia (PPAs). No entanto, o relatório aponta que novas instalações devem desacelerar em 2024 devido a cortes no setor de energias renováveis e entraves regulatórios.

Além disso, o documento destaca a aprovação do marco legal da energia eólica offshore em janeiro deste ano, o que impulsiona o potencial do Brasil, estimado em 1,2 GW. A expectativa é que leilões de áreas offshore sejam realizados ainda em 2025, incentivando setores como hidrogênio verde e data centers.

A análise do Global Wind Report também ressalta investimentos estrangeiros, como o da Goldwind, que inaugurou sua primeira fábrica fora da China no Brasil, e a Vestas, que investiu R$ 130 milhões em uma nova planta no Ceará. A indústria eólica brasileira continua a crescer, apesar dos desafios econômicos e das incertezas políticas globais, que afetam o setor de renováveis.

A energia eólica offshore também tem mostrado forte crescimento global. O GWEC prevê que a capacidade eólica offshore cresça de 16 GW em 2025 para 34 GW até 2030, com destaque para a Europa e a China. No entanto, a instabilidade política e as guerras tarifárias representam uma ameaça à continuidade dos investimentos internacionais na área.