A próxima semana será decisiva para evitar um atrito comercial de grandes proporções entre os dois países

Com a taxação de 50% sobre produtos brasileiros prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, o governo, empresários e senadores articulam ações de última hora para tentar reverter a decisão dos EUA.

Duas estratégias principais estão sendo adotadas para tentar reverter a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos. A primeira é a atuação da US Chamber of Commerce, que deve enviar uma nova carta à Casa Branca alertando para os prejuízos que as tarifas podem causar à própria economia americana. A segunda é a divulgação, por parte do Fórum de CEOs Brasil-EUA, de um pacote de US$ 7 bilhões em investimentos de multinacionais brasileiras nos Estados Unidos, com o objetivo de demonstrar que o Brasil contribui para a geração de empregos no país.

Paralelamente, uma comitiva de senadores brasileiros viajará a Washington neste domingo (27) para reuniões com congressistas republicanos. Um dos alvos é o senador Lindsey Graham, aliado de Trump, que defende sanções a países que compram petróleo russo.

Os parlamentares alertarão que tarifas contra o Brasil podem fortalecer economicamente a China no país, efeito contrário ao desejado pelos EUA.

Executivos de empresas americanas com forte presença no Brasil, como a Corteva, também devem atuar nos bastidores por uma solução negociada, temendo retaliações brasileiras, como a quebra de patentes.

O governo brasileiro ainda sinaliza disposição para negociar temas sensíveis aos EUA, como:

• Parcerias em minerais críticos;
• Agilidade no registro de patentes farmacêuticas;
• Redução da tarifa de 18% sobre o etanol de milho americano.

A próxima semana será decisiva para evitar um atrito comercial de grandes proporções entre os dois países.