Buffett não explicou os motivos para a decisão, embora em entrevistas tenha classificado a BYD como uma empresa “extraordinária”

A Berkshire Hathaway concluiu a venda de toda a sua participação na montadora chinesa de veículos elétricos BYD, segundo confirmou um porta-voz da empresa à CNBC nesse domingo (21). A operação marca o fim de um dos investimentos mais rentáveis de Warren Buffett, iniciado em 2008 por sugestão de Charlie Munger.

Na época, o grupo adquiriu 225 milhões de ações por US$ 230 milhões. Ao longo dos anos, a valorização foi impressionante: os papéis chegaram a render quase 3.900%, alcançando cerca de US$ 9 bilhões em 2022.

A saída foi feita de forma gradual. Desde 2022, a Berkshire reduzia sua fatia na companhia, até ficar com menos de 5% em 2024, quando deixou de ser obrigada a reportar transações em Hong Kong. Em março de 2025, relatórios já apontavam posição zerada.

Buffett não explicou os motivos para a decisão, embora em entrevistas tenha classificado a BYD como uma empresa “extraordinária”, ao mesmo tempo em que buscava “melhores oportunidades para o capital”. O investidor também vinha diminuindo a exposição em ativos sensíveis à China, como a Taiwan Semiconductor, citando riscos geopolíticos.

O movimento encerra uma aposta iniciada quando Munger descreveu o fundador da BYD, Wang Chuanfu, como “um verdadeiro milagre” pelo potencial de crescimento da empresa.

Na abertura desta segunda-feira (22), as ações da BYD recuaram 1,01% em Xangai.

Paralelamente, Buffett voltou a defender uma gestão focada no longo prazo e criticou projeções trimestrais de lucros. O tema ganhou destaque após declarações do presidente Donald Trump sugerindo que a SEC permita balanços semestrais. A Comissão confirmou que estuda medidas para reduzir custos regulatórios.