A Casa da Indústria foi palco da 8ª reunião ordinária da Câmara Setorial da Indústria, vinculada à Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). O encontro reuniu prefeitos, secretários de meio ambiente e representantes de instituições públicas e privadas, em parceria com o Conselho Temático do Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Cotema) e com a Associação das Gestões Ambientais do Estado do Ceará (Agece). A pauta central foi a análise de soluções para a gestão de resíduos sólidos – um dos grandes desafios urbanos e ambientais do Brasil.

Marcos Albuquerque, Vilma Freire, Ricardo Cavalcante, Agostinho Alcântara e Rennys Frota durante a reunião da Câmara Setorial da Indústria                                                   Foto: José Sobrinho/Gecom FIEC

O presidente da Câmara Setorial, Agostinho Alcântara, abriu a sessão sublinhando a urgência de adequação dos municípios às exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Na ocasião, anunciou o Parque Tecnológico Industrial (Parteci), projeto que prevê a instalação de um complexo empresarial de recicladoras em áreas estratégicas do Estado, em sinergia com os consórcios de resíduos já existentes em diversas partes do território cearense.

À frente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante destacou que, embora a legislação sobre resíduos sólidos exista há mais de uma década, sua efetiva implementação ainda enfrenta entraves. “A atividade econômica para atender a essas exigências precisa ser remunerada. A federação prefere olhar para o para-brisa, em vez do retrovisor”, afirmou, defendendo a subdivisão do território em mesorregiões para otimizar as ações. O dirigente reforçou que a questão transcende a agenda ambiental e se configura, sobretudo, como um problema de saúde pública.

A apresentação institucional do Parteci coube a Edmilson Pereira e Marcos Albuquerque, diretores do Sindiverde e idealizadores do projeto. O vídeo exibido ressaltou o potencial tecnológico e a integração entre diferentes elos da cadeia produtiva. Na sequência, o diretor técnico da Alfa Industrial, Luiz César, detalhou o processo de usinagem dos resíduos urbanos que será implantado no complexo. A tecnologia, batizada de ‘aterro zero’, promete processar 100% do material recebido, eliminando a necessidade de destinação final em lixões.

Entre os destaques institucionais, a secretária estadual do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Vilma Freire, manifestou apoio irrestrito a projetos que conciliem sustentabilidade e viabilidade econômica. “O lixo é negócio. O desafio é transformar a gestão dos resíduos em fonte de renda”, declarou, colocando-se à disposição para avançar na regulamentação das iniciativas.

Pensando nesta mesma linha, o secretário executivo de Planejamento e Gestão Estratégica da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Rennys Frota, frisou a relevância do tema para o futuro da economia cearense. “Estamos aqui para auxiliar esses negócios, que representam grandes oportunidades”, salientou.