Potencial regional

Ceará deve movimentar R$ 241 bilhões em consumo em 2025; 34 cidades passam de R$ 1 bi

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 22/05/2025 às 6:05 AM

Potencial De Consumo Ipc Maps

Fortaleza concentra o maior volume previsto: R$ 96,27 bilhões. Os principais gastos dos são com habitação (R$ 20,9 bilhões), veículo próprio (R$ 11,2 bilhões) e alimentação no domicílio (R$ 10,5 bilhões) Foto: Freepik

Com um crescimento de 20,5% em relação ao ano anterior, o Ceará deve movimentar R$ 241 bilhões em consumo de bens e serviços ao longo de 2025, segundo projeção do estudo IPC Maps. A estimativa consolida o Estado como o 3º maior potencial de consumo do Nordeste e o 10º no ranking nacional.

O avanço se reflete também na base territorial: 34 municípios cearenses ultrapassaram a marca de R$ 1 bilhão em potencial de consumo, quatro a mais do que em 2024. Entraram na lista as cidades de Brejo Santo, Acaraú, Beberibe e Trairi, impulsionadas pela interiorização econômica e maior circulação de renda.

Fortaleza lidera com folga

A capital concentra o maior volume previsto: R$ 96,27 bilhões. Os principais gastos dos fortalezenses estarão ligados a habitação (R$ 20,9 bilhões), veículo próprio (R$ 11,2 bilhões) e alimentação no domicílio (R$ 10,5 bilhões). Na sequência aparecem Caucaia (R$ 10,4 bilhões), Juazeiro do Norte (R$ 7,8 bi), Maracanaú (R$ 6,4 bi) e Sobral (R$ 5,9 bi).

O economista Marcos Pazzini, responsável pelo levantamento, destaca que o aumento real do potencial de consumo foi de 7,09%, considerando o crescimento da participação do Ceará no bolo nacional — de 2,74% para 2,96%. “Isso representa R$ 16 bilhões a mais em capacidade de consumo da população, com reflexo direto no varejo, na indústria e nos serviços”, afirma.

Turismo e emprego sustentam consumo

A base desse crescimento está na combinação de baixo desemprego e valorização regional do turismo. Com renda mais estável, as famílias voltaram a consumir — inclusive com maior disposição para compras a prazo.

O especialista também aponta o turismo como fator estratégico para o Nordeste: “A desvalorização do real fez o brasileiro viajar mais dentro do país, o que favorece estados turísticos como o Ceará. E há ainda o fluxo crescente de estrangeiros”.

A tendência de interiorização do consumo reforça a importância de novos polos econômicos fora da Região Metropolitana de Fortaleza. Embora ainda concentre 1,18% do consumo brasileiro, a capital vem perdendo participação relativa à medida que outros municípios ganham tração econômica.

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