ALTO VALOR AGREGADO
Ceará está no radar da mineração global com projetos de paládio, platina e ouro
Por Marcelo Cabral - Em 25/07/2025 às 12:37 PM

Projetos de mineração no interior cearense seguem em ritmo acelerado Foto: Divulgação
As companhias canadenses ValOre Metals Corp. e South Atlantic Gold continuarão suas operações no interior do Ceará de forma independente, mantendo o foco em minérios estratégicos e de alto valor agregado, que têm atraído os olhares do setor mineral global. A possibilidade de aquisição, pela ValOre, de uma mina de ouro da South Atlantic entre os municípios de Tauá e Pedra Branca, chegou a ser considerada, mas não foi concretizada.
Apesar disso, os planos da ValOre seguem firmes na região. A empresa concentra esforços no avanço do projeto de implantação de uma mina de paládio e platina em Pedra Branca, com estudos geológicos e sondagens em estágio avançado. A iniciativa inclui análises metalúrgicas e hídricas, com vistas à viabilidade econômica da operação.
De acordo com o advogado Tomás Figueiredo, especialista no mercado de mineração, a mina de Pedra Branca tem potencial para se tornar a primeira da América Latina dedicada exclusivamente à extração de paládio e platina. “Isso representa uma oportunidade estratégica não apenas para o Ceará, mas para o Brasil”. Ele também ressalta que a operação contará com mão de obra local, impulsionando o desenvolvimento econômico da região.
Tanto o paládio quanto a platina desempenham papéis relevantes em diversos setores industriais. Além de serem essenciais na produção de catalisadores automotivos, a platina tem ampla aplicação na joalheria de alto padrão e ambos os metais são insumos críticos para a indústria de eletrônicos e tecnologias sustentáveis, incluindo veículos híbridos e os movidos a Hidrogênio Verde (H²V).

Tomás Figueiredo destaca a relevância dos minerais para a indústria
Nesse contexto, o especialista destaca a sinergia entre a mineração e os investimentos estruturantes do Estado. “O Governo do Ceará, em parceria com a FIEC, vem se mobilizando para implantar um Hub de Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém. A demanda por minérios como o paládio e a platina deve crescer significativamente, à medida que as indústrias buscam soluções energéticas mais limpas e tecnológicas”, explica Tomás Figueiredo.
Com recursos naturais de alto valor agregado e o interesse de grandes players internacionais, o interior do Ceará se afirma como uma nova fronteira mineral do País – estratégica para o futuro da transição energética e do processo de inovação industrial.
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