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Ceará mira mercado de cacau fino e pode virar polo produtor no Nordeste

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 20/05/2025 às 12:35 PM

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Atualmente, a movimentação em torno da produção de cacau no Ceará é liderada por iniciativas público-privadas que têm Limoeiro do Norte como ponto de partida Fotos: Divulgação/SDE

O Ceará está dando passos firmes para se posicionar como novo polo de produção de cacau fino no Brasil. A movimentação é liderada por iniciativas público-privadas que têm Limoeiro do Norte como ponto de partida e miram uma cadeia produtiva que pode ganhar escala e sofisticação nos próximos anos.

O projeto, que começou a ganhar corpo em 2015 com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), envolve ainda a Embrapa, o Sebrae, o Banco do Nordeste e o programa Cientista-Chefe, da Funcap.

Hoje, a indústria Cacau do Ceará — fundada em 2018 e com sede em Limoeiro — já comercializa seus produtos em municípios vizinhos como Russas, Morada Nova e Quixeré, e avança aos poucos rumo a Fortaleza.

Produção com identidade e valor agregado

O foco está no cacau fino, segmento que se diferencia por seu perfil aromático e sabor mais complexo, com apelo crescente no mercado gourmet e de chocolates premium.

A expansão dessa cultura no Estado foi tema de reunião recente entre o secretário executivo do Agronegócio da SDE, Silvio Carlos Ribeiro, e o empresário Diógenes Abrantes, da Cacau do Ceará. Na pauta, a ampliação da produção, o fortalecimento da logística de distribuição e a conquista de novos mercados consumidores.

Reunião Cacau Sde

Secretário executivo do Agronegócio da SDE, Silvio Carlos Ribeiro, e o empresário Diógenes Abrantes, da Cacau do Ceará

“Estamos no intuito de crescimento e queremos ampliar o maquinário. A logística para Fortaleza é estratégica para esse avanço”, afirmou Abrantes. Ele também destacou o apoio de instituições como a Adagri, que contribuem para manter a área produtiva certificada como livre de pragas, com manejo integrado — fator essencial para garantir qualidade e rastreabilidade ao produto.

Para Silvio Carlos, o cenário é favorável ao cultivo. “O cacau tem valorizado no mercado, o que tem atraído investidores. O Ceará se mostra propício à produção e, com o tempo, à exportação. Muitos empresários já demonstram interesse em cultivar a fruta em consórcio com outras culturas como banana e coco. Nosso papel é garantir apoio técnico e institucional”, frisou.

A aposta do Ceará nesse mercado de alto valor agregado se soma a uma tendência global de valorização de produtos com identidade, rastreabilidade e terroir — conceitos cada vez mais caros ao consumidor e ao agronegócio moderno.

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