40 MIL VEÍCULOS

Ceará terá a 1ª montadora multimarcas do País com investimento de R$ 400 mi

Por Marcelo - Em 09/08/2024 às 4:28 PM

O governador Elmano de Freitas e o vice-presidente da República e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Geraldo Alckmin, anunciaram nesta sexta-feira (9), que o Ceará vai abrigar a primeira montadora de veículos elétricos e híbridos multimarcas do Brasil. Fruto de um investimento inicial de R$ 400 milhões, o polo automotivo será montado na antiga fábrica da Troller e foi fruto de uma ampla negociação entre o Governo do Ceará, o Governo Federal e a Prefeitura de Horizonte, comandada pessoalmente por Elmano. O objetivo será produzir cerca de 40 mil veículos anualmente.

A previsão é que sejam criados cerca de 9 mil postos de trabalho com o empreendimento que marca mais uma vez o pioneirismo cearense, contando com a participação da empresa Comexport, considerada a maior no segmento de comércio exterior do País. A princípio, três grandes montadoras globais produzirão seus veículos na antiga planta da Troller, que foi desapropriada pelo Governo do Ceará, teve algumas áreas no seu entorno passadas pelo mesmo processo, a fim de permitir sua expansão. E outras fabricantes de veículos já negociam contratos.

Governador Elmano de Freitas destacou os esforços realizados pelos governos Estadual e Federal para a atração do polo automotivo multimarcas                                                                  Fotos: Douglas Filho

“Quero ao agradecer aos investidores pela decisão de virem para o Ceará, trazendo um polo automotivo multimarcas – uma inovação para a indústria automobilística do País -, com veículos elétricos ou híbridos, com tecnologias embarcadas com o que há de ponta em nível global. O Ceará se conecta com o que há de mais moderno no mundo, inovando inclusive para o Brasil. E isso só é possível graças à decisão desses investidores. É impossível imaginar este polo automotivo sem a participação decisiva do governo do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin. E o governo tem de ter a preocupação que não só os carros sejam montados, mas que as peças, a indústria em torno desse veículo, também sejam produzidas no Brasil, para criarmos oportunidades de emprego”, afirma o chefe do Executivo estadual.

Ele salientou que o principal desafio do governo é neoindustrializar o Brasil, com a nova economia, com matriz energética nova, com tecnologia avançada para a indústria automobilística. Ele agradeceu a todo o apoio recebido do vice-presidente Alckmin, e dos deputados federais da bancada cearense, que apoiaram o programa Mobilidade Verde (Mover), do Governo Federal, para proporcionar benefícios fiscais e taxas de juros diferenciadas para empresas que produzam veículos eletrificados ou híbridos.

Destacou, ainda, a importância da qualificação profissional e que o Ceará possui as melhores escolas públicas do País. “Tenho muito orgulho de ser o governador que sucedeu um projeto iniciado pelos ex-governadores Cid Gomes e Camilo Santana, formando nossa juventude para essas oportunidades. Estamos no processo de fazer toda a rede estadual ser em Tempo Integral, com alguma formação profissionalizado, para que nossos jovens possam ter oportunidades dentro daquilo que estamos fazendo para promover o desenvolvimento econômico e social do Ceará”, ressalta Elmano de Freitas.

Governo Federal

Por sua vez, o vice-presidente da República destacou que esse polo automotivo combate dois desafios primordiais do governo: diminuir a pobreza e cuidar do meio ambiente, com projetos que tenham força social e proteger a natureza. “Não tenho dúvidas Elmano, de que o Ceará pode liderar isso no Brasil, porque tem a energia mais limpa, renovável, e consciência para melhorar a vida da população e a área social. O Ceará é um grande fabricante de pás e aerogeradores para a produção de energia eólica, uma indústria verticalizada. E tomamos uma medida tributária para fortalecer a indústria eólica no Brasil, na qual o Ceará desponta”, explica Geraldo Alckmin.

Geraldo Alckmin lembrou que empresas que fecharam estão reabrindo

Ele lembrou que a venda de carros cresceu 15% no Brasil nos últimos sete meses, o que é um número relevante. Disse que a economia brasileira e a renda cresceram, houve uma retração na taxa de desemprego, que hoje está em 6,9% da população ativa. “Também caiu o Risco Brasil, que estava em 254 pontos e baixou para 170, devido à queda da inflação e do desemprego. E também foi aprovado o Marco de Garantias, que derrubou o spread e reduziu os juros, para fazer com que quem não paga o seu carro, o banco pega o veículo de volta. As indústrias que fecharam, como a Ford, na Bahia, hoje está a BYD retomando. São Paulo fechou a Mercedes-Benz e a Great Wall Motor (GWM) tá retomando. No Ceará fechou a Troller, mas já está retomando com a nova multimarcas. É isso que precisamos fortalecer: emprego e renda. Indústria agrega valor, paga salários mais altos, e está na vanguarda da inovação e da tecnologia”, informa.

E o Governo Federal lançou o programa Nova Indústria Brasil, baseado em quatro pilares: inovação, que já dispõe de R$ 66 bilhões para investimentos, praticamente com juro zero para pesquisa, desenvolvimento e inovação; indústria sustentável, por meio do Mover, com crédito tributário de R$ 19,5 bilhões até 2028 para estimular a produção de carros melhores tecnologicamente, mais baratos e com eficiência energética para promover a descarbonização, que gerou o anúncio de investimentos de R$ 130 bilhões na indústria automoviva e de autopeças; competitividade industrial, por meio da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD) para indústria, comércio e serviços, que tornará o crédito mais barato, oriundo da compra de um título, devendo reduzir a taxa de juros em até 1,5%, e o Brasil mais produtivo, pois tem muita pequenas empresas na cadeia de autopeças, e precisamos digitalizá-las e melhorá-las. Então unimos a ABDI, o Senai, o Sebrae e o BNDES. Com isso é feito o dignóstico, o projeto e o financiamento, para melhorar a produtividade dessas empresas”, revela.

Por fim destacou a reforma tributária, que vai mudar a realidade do Brasil e já deveria ter sido feita há 30 anos. Os estudos do Ipea mostram que ela deve fazer a economia brasileira crescer 12% a mais, os investimentos 14% a mais e as exportações 17% a mais, em 15 anos. “Porque ela desonera completamente investimento e exportação. Ela desaparece com o acúmulo de crédito tributário. É uma reforma que traz eficiência econômica, que passa da origem para o destino, simplificando cinco tributos: ISS, IPI, Pis, Cofins e ICMS. Quero cumprimentar a Comexport, invistam aqui, pois o Governo dará todo apoio, crédito para a inovação, para a indústria e apoio à exportação. E como dizia a encíclica do papa Paulo VI: ‘o desenvolvimento é o novo nome da paz’. Parabéns Ceará”, completa Geraldo Alckmin.

Autoridades e empresárioscom o documento que sela a implantação do polo automotivo em Horizonte

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