PESQUISA IPC MAPS
Cearenses deverão ter gastos superiores a R$ 11 bilhões com saúde até o fim do ano
Por Marcelo - Em 07/09/2024 às 8:20 AM
O setor de saúde deverá movimentar no Ceará cerca de R$ 11,1 bilhões até o final deste ano, ou quase R$ 1 bilhão a mais, o que equivale a um acréscimo de 8,8% na comparação com 2023, quando o desembolso dos cearenses com saúde foi de R$ 10,2 bilhões. É o que aponta a edição deste ano da pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há 30 anos, tomando como base dados oficiais.
Para chegar a esse cálculo, a publicação levou em conta a estimativa das despesas dos cearenses com medicamentos (R$ 5,44 bilhões) no ano em curso, bem como o quanto eles deverão gastar com bens e serviços relativos a planos de saúde e tratamentos médicos e dentários (R$ 5,66 bilhões). Ainda conforme o estuo, o volume do desembolso representa cerca de 5% do potencial total de consumo da população do Ceará em 2024, considerando 22 categorias de produtos e serviços.
Já quando se olha para as 27 unidades da federação, os brasileiros deverão desembolsar, em 2024, R$ 451 bilhões com saúde, sendo R$ 236,4 bilhões com planos de saúde, tratamentos médicos e dentários, além de mais R$ 214,5 bilhões com medicamentos. O somatório representa um desembolso 8,8% superior em comparação com o ano passado.
Os motivos
Segundo o médico sanitarista e gestor em Saúde, Álvaro Madeira Neto, à primeira vista, esse crescimento pode parecer um sinal de progresso para o setor, mas é fundamental analisar os números com um olhar mais crítico e humanizado. “O que está por trás desse crescimento? E o mais importante: quais são as implicações para o futuro da nossa saúde?”, questiona.
Normalmente, a narrativa dominante atribui parte desse aumento dos gastos com saúde ao envelhecimento da população. “Como se o simples fato de viver mais fosse, por si só, uma causa inevitável para o aumento dos gastos. Mas será que essa é a história completa?”, ressalta.
Assim, ele defende que ao invés de se aceitar passivamente essa explicação, cabem algumas indagações: “E se tivéssemos investido de maneira mais robusta em medidas preventivas e em promoção de saúde ao longo dos últimos anos? Será que nossos idosos não estariam envelhecendo de forma mais saudável, demandando menos intervenções médicas e, consequentemente, reduzindo a pressão sobre o sistema de saúde?”, reflete Álvaro Madeira.