A Chamada Nordeste, iniciativa inédita de fomento à neoindustrialização da região, já contabiliza mais de R$ 16,5 bilhões em propostas apresentadas – montante R$ 6,5 bilhões superior ao valor inicialmente disponibilizado. O Ceará integra esse movimento em áreas estratégicas, demonstrando todo o vigor econômico e inovador do Estado, a exemplo do Complexo Solar Lagoinha, em Russas, com capacidade instalada de 165 megawatts em uma área de 304 hectares.

Complexo Solar Lagoinha, em Russas, vai gerar 1.000 empregos diretos e indiretos, além de energia elétrica para cerca de 200 mil residências                                                        Foto: Divulgação/Casa Civil

A ação reúne um aporte de R$ 10 bilhões em recursos, articulados por meio de uma parceria estratégica entre Sudene, BNDES, Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal, Finep e o Consórcio Nordeste de Governadores. A expectativa é de que o volume de projetos continue a crescer até a próxima segunda-feira (15), prazo final da chamada.

Setores estratégicos e abrangência regional

Com a adesão dos nove estados do Nordeste, as propostas concentram-se, sobretudo, em Hidrogênio Verde (H²V), data centers e energia renovável, áreas nas quais o Ceará tem grandes projetos a serem executados. O apoio previsto inclui desde a instalação de infraestrutura e aquisição de equipamentos até a formação de plantas-piloto, contratação de equipes especializadas, parcerias com universidades e centros de pesquisa, além de capital de giro e engenharia.

Segundo o superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, o resultado preliminar confirma o dinamismo e potencial de crescimento da região. “O Nordeste tem crescido acima da média nacional e queremos aproveitar as oportunidades da neoindustrialização para gerar emprego, renda e inclusão social, promovendo um desenvolvimento regional sustentável”, afirma.

Alinhamento com a Nova Indústria Brasil

Lançada em maio deste ano, a Chamada Nordeste está alinhada à Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial federal que busca acelerar a transformação produtiva sustentável do País. O objetivo é selecionar planos de negócio que fortaleçam cadeias produtivas locais, consolidando bases industriais capazes de promover mudanças estruturais na economia regional.

A iniciativa é considerada um marco não apenas pela escala de recursos mobilizados, mas também por reunir, pela primeira vez, todas as instituições financeiras federais atuantes na região. Os mecanismos de apoio englobam linhas de crédito, participação acionária, subvenções econômicas e recursos não reembolsáveis.

Diversificação e cronograma

Além dos setores já mais demandados, outros eixos estratégicos complementam a pauta: bioeconomia, com ênfase na produção de fármacos, e a indústria automotiva, incluindo máquinas agrícolas. Novamente o Ceará se destaca, pois foi anunciada esta semana o início de produção no Polo Automotivo em Horizonte, com a General Motors que montará o Spark EUV, além do Complexo Tecnológico de Insumos Estratégicos Bio-Manguinhos, da Fiocruz, onde serão fabricados cinco cinco Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs).

O cronograma prevê a conclusão das análises até 28 de novembro. A formalização do Plano de Suporte Conjunto deve ocorrer até 15 de janeiro de 2026, com início da fase de contratação e execução dos projetos selecionados a partir de 16 de janeiro.