REAÇÃO ÀS TARIFAS

China amplia tensão comercial com os EUA ao sancionar subsidiárias da Hanwha Ocean

Por Redação - Em 14/10/2025 às 5:12 PM

China E Estados Unidos Eua

As sanções se somam a uma sequência recente de retaliações entre as duas maiores economias do mundo

A China anunciou, nesta terça-feira (14), sanções contra cinco subsidiárias americanas da Hanwha Ocean, conglomerado sul-coreano do setor naval. A medida intensifica a disputa comercial entre Pequim e Washington e provocou nova rodada de aversão ao risco nos mercados globais.

Segundo o Ministério do Comércio chinês, as empresas punidas teriam colaborado com investigações conduzidas pelo governo dos Estados Unidos “que ameaçam a soberania e os interesses de desenvolvimento da China”. Entre as afetadas estão as companhias Hanwha Shipping LLC, Hanwha Philly Shipyard Inc., Hanwha Ocean USA International LLC, Hanwha Shipping Holdings LLC e HS USA Holdings Corp.

As ações da Hanwha Ocean caíram até 8% na Bolsa de Seul, enquanto construtoras navais chinesas registraram ganhos. O governo chinês também indicou que poderá adotar novas contramedidas, em resposta à investigação aberta pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) sobre o setor marítimo chinês.

As sanções se somam a uma sequência recente de retaliações entre as duas maiores economias do mundo. Nas últimas semanas, a China reforçou restrições à exportação de terras raras e minerais críticos, enquanto os EUA ampliaram barreiras tecnológicas e anunciaram a possibilidade de aplicar tarifas de até 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro.

Críticas e possíveis reações

Em entrevista ao Financial Times, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que as medidas de Pequim refletem a fragilidade de sua economia. “Este é um sinal de como a economia deles está fraca, e eles querem derrubar todo mundo junto”, disse.

Bessent acrescentou que a China estaria tentando “exportar sua recessão” ao limitar o fornecimento de insumos industriais essenciais.

Fontes citadas por Bloomberg e Financial Times indicam que Washington estuda novas contramedidas, como a exigência de licenças de exportação para softwares críticos vendidos ao mercado chinês, o que afetaria setores tecnológicos estratégicos.

Impacto financeiro e cenário político

A escalada entre os dois países afetou o humor dos investidores: os futuros do Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram respectivamente 0,5%, 0,8% e 1,06%. Por outro lado, ações de mineradoras de terras raras dispararam, impulsionadas pela busca por alternativas à produção chinesa, que ainda domina 70% da oferta mundial e 90% do refino desses materiais.

Especialistas avaliam que as tensões devem se intensificar até o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, previsto para o fim de outubro, durante a reunião da APEC, na Coreia do Sul.

Relatório do JPMorgan estima que o aumento da volatilidade pode gerar vendas automáticas de até US$ 30 bilhões em ações nos próximos dias, enquanto o Goldman Sachs avalia que as sanções confirmam o caráter estrutural e estratégico da disputa entre EUA e China — centrada no domínio das cadeias tecnológicas e minerais críticos.

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