Embora o teto das alíquotas ultrapasse 40%, a maior parte das empresas europeias deve ser enquadrada em taxas próximas de 30% FOTO: Agência Brasil

A China decidiu aplicar medidas compensatórias temporárias sobre a importação de determinados produtos lácteos provenientes da União Europeia. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (22) pelo Ministério do Comércio chinês (Mofcom), que estabeleceu a exigência de depósitos de garantia com alíquotas que vão de 21,9% a 42,7%, válidas a partir desta terça-feira (23).

A decisão preliminar, formalizada no comunicado nº 83/2025, é vista por analistas como parte da escalada comercial entre Pequim e Bruxelas, após a União Europeia adotar tarifas sobre veículos elétricos produzidos na China. As medidas chinesas atingem uma ampla gama de itens, como queijos frescos e processados, queijos de mofo azul, além de leite e creme de leite não concentrados, sem adição de açúcar e com alto teor de gordura.

No cenário interno, o governo chinês busca reduzir a pressão enfrentada pelos produtores locais, que lidam com excesso de oferta, margens comprimidas e custos elevados. Apesar de figurar entre os maiores produtores globais de leite, a China tem promovido ajustes no setor para tentar reequilibrar preços e produção.

Embora o teto das alíquotas ultrapasse 40%, a maior parte das empresas europeias deve ser enquadrada em taxas próximas de 30%. O anúncio ocorre poucos dias após a conclusão das tarifas antidumping chinesas sobre a carne suína da União Europeia, que acabaram sendo fixadas em patamares inferiores aos inicialmente sinalizados, o que abre espaço para revisões semelhantes no caso dos laticínios na decisão final.