o Citi registrou um lucro de R$ 2,3 bilhões no Brasil em 2024, uma queda de 5,3%

O Citi cumpriu as metas do seu plano de investimentos para o Brasil, estabelecido para o período de 2022 a 2024, e pretende continuar a expansão nos próximos anos. A principal aposta do banco será o aumento dos investimentos em tecnologia, além de diversificar suas áreas de negócios. Como resultado dessa estratégia, o volume de ativos da instituição cresceu 69%, saltando de R$ 134 bilhões em 2021 para R$ 226 bilhões em 2024. O Citi é o maior banco americano no Brasil e o segundo maior banco estrangeiro, atrás apenas do Santander, que também atua no varejo.

De acordo com o presidente do Citi no Brasil, Marcelo Marangon, o banco está finalizando um novo plano de investimentos para os próximos três anos, com foco em crescimento e novos aportes financeiros. Nos últimos três anos, a instituição investiu mais de US$ 50 milhões em tecnologia, e o valor para os próximos três anos deverá ser igual ou maior. O novo plano será divulgado no primeiro semestre de 2025. O Brasil se consolidou como um dos mercados mais importantes para o Citi, figurando atrás apenas dos Estados Unidos e Reino Unido, e em patamar semelhante à China e Índia.

Em termos financeiros, o Citi registrou um lucro de R$ 2,3 bilhões no Brasil em 2024, uma queda de 5,3% em relação ao ano anterior, em razão do aumento do provisionamento, que subiu de 0,9% para 1,9% da carteira. A margem financeira, por outro lado, teve um crescimento de 38,7%, atingindo R$ 6,8 bilhões. A carteira de crédito cresceu 7,7%, alcançando R$ 56 bilhões, e a inadimplência superior a 90 dias aumentou de 0,02% para 0,6%. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu de 18,7% para 17,8%, enquanto o índice de Basileia recuou de 14,9% para 13,6%, reflexo dos investimentos e da distribuição de dividendos de R$ 2,1 bilhões.

O banco mantém uma estratégia de crédito focada em clientes conhecidos, com a intenção de expandir sua carteira de crédito de forma moderada. Após a venda de sua operação de varejo para o Itaú, em 2017, o Citi se concentra no atendimento a grandes empresas brasileiras e internacionais. A busca por novos clientes será adaptada ao cenário econômico.

Em relação ao banco de investimento, Marangon apontou que as operações de renda fixa seguirão fortes em 2025, enquanto as fusões e aquisições (M&As) devem crescer. O Brasil, com sua moeda depreciada, tem atraído interesse de investidores estratégicos e fundos financeiros. No mercado de dívida, o ritmo será menos intenso do que em 2024, quando o volume de emissões de R$ 709 bilhões foi recorde. Mesmo assim, o Citi está bem posicionado tanto no mercado local quanto no internacional de renda fixa.

O banco também planeja reforçar sua área de private banking, que atende clientes com pelo menos US$ 25 milhões em patrimônio, destacando a presença global do Citi como um diferencial competitivo, especialmente em um contexto em que clientes mais afluentes buscam diversificação internacional.