Articulação setorial
Com agenda política e foco global, ABEOC reposiciona setor de eventos no Brasil
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 14/05/2025 às 9:00 AM

Sob o comando de Enid Câmara, a diretoria da ABEOC Brasil eleita para o triênio 2024–2026 tem priorizado três eixos: fortalecimento institucional, atuação legislativa e internacionalização Foto: Divulgação
A indústria de eventos atravessa um momento estratégico de reorganização no Brasil. Em meio a disputas por incentivos fiscais, maior representatividade institucional e novas oportunidades no exterior, a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil) tem assumido o papel de catalisadora dessas transformações com uma atuação cada vez mais política e internacionalizada.
Desde o início de 2024, a entidade vem ampliando sua presença em estados-chave, atualizando sua comunicação institucional e apostando em articulações que buscam reposicionar o setor no centro da agenda econômica.
A defesa do PERSE — programa criado na pandemia para garantir fôlego financeiro às empresas da área — é hoje uma das principais pautas. Com base em um estudo da Tendências Consultoria, a ABEOC reforça, junto ao Legislativo e ao Ministério Público, os impactos positivos do programa, ao mesmo tempo em que denuncia o uso indevido por grandes grupos fora do setor.
Internacionalização como estratégia
A presença internacional também entrou no radar. A entidade firmou acordos com Embratur, ApexBrasil e Confederação de Entidades de Eventos da América Latina (COCAL), mirando a inserção do Brasil como destino de grandes eventos e a abertura de novos mercados para empresas nacionais. A movimentação segue uma lógica clara: dar escala e visibilidade a um setor que fatura alto, mas ainda carece de articulação institucional.
“Vivemos um momento decisivo para a internacionalização da indústria de eventos. A ABEOC está abrindo caminhos para que as associadas ampliem sua presença global, atraiam investimentos e compartilhem conhecimento”, afirma Enid Câmara, presidente da associação. “O mundo está de olho no Brasil, e estamos preparados para ocupar esse espaço com qualidade, inovação e profissionalismo.”
O plano de atuação inclui ainda o terceiro Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos — pesquisa conduzida com Sebrae, Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e outras 13 entidades do setor — que busca atualizar dados sobre o impacto real da cadeia produtiva na economia brasileira.
Disputa por espaço e influência
O desafio é institucionalizar uma indústria que movimenta bilhões, mas que historicamente operou à margem do debate econômico. Iniciativas como a Jornada de Líderes — ciclo de debates quinzenais — e a assinatura da Carta de Princípios do segmento MICE (eventos corporativos e associativos) indicam um setor em busca de governança, ética e reconhecimento.
“O setor amadureceu e quer ser ouvido. Nosso papel é garantir que essa escuta aconteça nos fóruns certos e com base sólida”, resume Enid.
Mais notícias
SUSTENTABILIDADE




























