A previsão de produção, que vinha caindo há cinco meses, subiu 2,2 pontos e chegou a 84,8 pontos FOTO: Agência Brasil

A confiança da indústria brasileira voltou a cair em novembro, refletindo maior cautela entre as empresas. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 0,7 ponto em relação a outubro e atingiu 89,1 pontos. Na média móvel trimestral, a queda foi de 0,4 ponto, para 89,8 pontos — o oitavo resultado negativo de 2024.

De acordo com o economista do FGV Ibre, Stéfano Pacini, o desempenho reforça o clima de pessimismo no setor. Ele destaca que as avaliações sobre o momento atual pioraram, influenciadas pelo acúmulo de estoques e pela percepção de demanda mais fraca. “Apesar de alguma melhora nas expectativas, o avanço parece mais uma correção após meses seguidos de resultados desfavoráveis”, afirmou.

Entre os componentes do índice, o quadro presente pesou mais. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 4,6 pontos e marcou 89,6 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) avançou 3,4 pontos, alcançando 88,8 pontos. A previsão de produção, que vinha caindo há cinco meses, subiu 2,2 pontos e chegou a 84,8 pontos.

Os estoques voltaram a preocupar. O indicador específico aumentou 5,2 pontos e atingiu 111,6 pontos, o maior nível desde outubro de 2023. Leituras acima de 100 indicam excesso de produtos armazenados, sinal de demanda insuficiente ou ajuste lento da produção.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) também recuou, com queda de 2,2 pontos percentuais, para 79,7%, reforçando o quadro de ociosidade na indústria.