Segundo a FGV, o alívio da inflação e a expectativa de nova faixa de isenção do Imposto de Renda contribuíram para reduzir o pessimismo

A confiança do comércio voltou a subir em novembro e registrou o terceiro avanço consecutivo, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Comércio (Icom) aumentou 3,7 pontos, alcançando 89,9 pontos na série com ajuste sazonal. Na média móvel trimestral, a alta foi de 2,2 pontos.

O movimento reflete uma percepção um pouco mais favorável do setor sobre o momento atual e sobre os próximos meses. De acordo com a economista do Ibre/FGV, Geórgia Veloso, as empresas voltaram a enxergar o cenário presente de forma mais neutra, apesar da persistência de demanda considerada fraca. Já as expectativas continuam em trajetória ascendente, indicando espaço para melhora gradual.

O resultado foi puxado por quatro dos seis segmentos pesquisados. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 5,2 pontos, chegando a 92,2 pontos, impulsionado pela avaliação mais positiva dos negócios e da demanda corrente. O Índice de Expectativas (IE-COM) avançou 2,3 pontos, para 88,2 pontos, com destaque para as projeções de vendas nos próximos três meses, que cresceram 3,8 pontos.

Apesar do avanço, o setor segue limitado por fatores macroeconômicos. Segundo a FGV, o alívio da inflação e a expectativa de nova faixa de isenção do Imposto de Renda contribuíram para reduzir o pessimismo. No entanto, juros ainda elevados e o alto endividamento das famílias continuam freando uma retomada mais robusta da confiança.

O Indicador de Desconforto do Comércio, que mede os fatores que dificultam a melhora dos negócios, permaneceu no nível mais alto desde abril de 2022, refletindo preocupações com o custo financeiro e maior incerteza econômica.

A coleta de dados da Sondagem do Comércio ocorreu entre os dias 3 e 25 de novembro.